No AM, cientistas debatem objetivos sustentáveis da Amazônia para ONU

G1 - http://g1.globo.com/ - 06/12/2014
Um encontro reuniu, na manhã deste sábado (6), cientistas da América Latina para discutir modelos de desenvolvimento sustentável na região amazônica. O evento, promovido pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), projeto ligado às Organizações das Nações Unidas (ONU), em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), foi realizado na comunidade do Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro.

De acordo com a FAS, responsável pela coordenação da SDSN Amazônia, o principal objetivo da rede é ajudar a ONU a definir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), documento para nortear a criação de políticas ambientais, sociais e econômicas a partir de 2015. O ODSs deve substituir os Objetivos do Milênio, que expiram nesta data e abordam temas como a erradicação da pobreza e da fome, o acesso ao ensino universal e a redução da mortalidade infantil. Após a redefinição, a SDSN Amazônia será responsável ainda por implementar as metas. O primeiro rascunho das ODSs foi lançado em maio de 2013 como um desdobramento de decisões tomadas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Durante o evento realizado na RDS do Rio Negro, a pesquisadora ambiental Ana Toni apresentou como objetivos da rede a criação de uma plataforma de acesso livre na internet a círculos de conhecimento e soluções práticas, articulação dos objetivos de desenvolvimento sustentável para a realidade da Amazônia, incentivo ao intercâmbio com a diversidade de participantes científicos e tecnológicos, promoção de iniciativas de educação, e o lançamento de um prêmio de ações de desenvolvimento sustentável.

No entanto, Toni listou como desafios definidos pelos membros da rede mobilizar recursos, driblar o isolamento geográfico da Amazônia, agilidade em processos para aproveitar recursos que estão sendo degradados, falta de recursos humanos, barreiras tecnológicas e de comunicação, falta de entendimento de boa parte da população sobre a importância da Amazônia em ponto de vista geopolítico, e inserir as soluções de desenvolvimento sustentável na vida da sociedade. Entre os pilares das ODSs, segundo ela, estão lutar contra a degradação da floresta e atuar no desenvolvimento humano, priorizar ciência, tecnologia e educação, e trabalhar em cima das similaridades de cada área da região para atingir um modelo com abrangência geral das necessidades da Amazônia.

Após a apresentação, os cientistas debateram alternativas para o modelo pré-definido. Entre as mudanças apontadas, eles indicaram "a necessidade de fazer com que a plataforma faça a voz do povo amazônida ser ouvido por todo o mundo".

Para o superintendente da FAS, Virgílio Viana, o encontro alcançou o seu objetivo e deve ser o pontapé inicial para um intercâmbio de informações que leve aos melhores projetos para a região amazônica. "Estamos trazendo neste encontro representantes da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Peru, da Colômbia, Bolívia, Equador e Venezuela. Foram seis academias de ciência que participaram deste encontro muito desafiador que é o desenho de uma rede de intercâmbio entre instituições de pesquisa, Organizações Não-Governamentais (ONGs), as organizações da sociedade civil e governos da bacia amazônica para que essas instituições possam trocar informações e experiências, já que os problemas são muito parecidos", explicou.

Com o debate, alguns dos tópicos abordados - voltados para melhoria de qualidade de vida, geração de renda e empoderamento comunitário - devem voltar a ser discutidos na COP 20, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que iniciou no dia 1o de dezembro em Lima, no Peru. No evento, que terá a participação de cientistas que estavam em Manaus e de representantes da FAS, deve ser definido o "rascunho zero" de um acordo multilateral que obriga as nações a cortar emissões de gases-estufa a partir de 2020. Na ocasião, também haverá a assinatura da criação da área protegida da nascente do Rio Amazonas, localizada no Peru, sob o Vulcão Mismi, com 5.180 metros de altitude, interligando diversos países da Bacia Amazônica.

Rede de Soluções

A SDSN Amazônia é uma iniciativa secretariada pela FAS que visa mobilizar o conhecimento existente na busca por soluções práticas para os problemas relacionados ao desenvolvimento sustentável. Através da mobilização de universidades, centros de pesquisa, organizações da sociedade civil, empresas e outros centros de conhecimento, a rede procura contribuir para o desenho e futuro monitoramento da implementação da Agenda do Desenvolvimento Pós-2015, a ser definida pela ONU.



http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/12/no-am-cientistas-debatem-objetivos-sustentaveis-da-amazonia-para-onu.html
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