No AM, Reserva Mamirauá permite interação entre turistas e animais

G1 - http://g1.globo.com/ - 19/05/2013
Nas trilhas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (RDS), localizada no município de Tefé, na região do Alto Amazonas, o visitante pode se deparar com diversas espécies de primatas em um passeio regado ao canto de pássaros da Amazônia. Onças, botos e preguiças também podem ser encontrados no espaço. Confira a galeria de imagens do local.

Na reserva, há pelos menos cinco espécies de macacos, segundo a coordenadora do Programa de Turismo de Base Comunitária do Instituto Mamirauá, Fernanda Sá Vieira. "Na visita à reserva, é possível avistar o Uacari branco, o prego, guariba, macaco-de-cheiro comum, macaco-de-cheiro-da-cabeça-preta", disse.

Além dos primatas, nas proximidades da Pousada Uacari é possível contemplar outras espécies amazônicas, como pirarucus, botos cor-de-rosa, tucuxis, jacarés-açu e preguiças. "A pousada foi criada para oferecer serviços de lazer e hospedagem para ecoturistas que têm grande interesse em conhecer a Amazônia e contribuir com sua conservação. No momento da implementação pensou-se em desenvolver o Ecoturismo, em que uma das abordagens está a observação da vida selvagem", frisou Fernanda.

A pousada começou a receber visitantes em 1998. Segundo o Instituto Mamirauá, uma média de 30 turistas passam pelo local por mês em períodos de baixa estação e 70 na alta temporada, que vai de junho a outubro.

O espaço é administrado pelo instituto em parceria com as comunidades da reserva. De acordo com a coordenadora do local, quando o empreendimento gera lucro, o valor é dividido com as comunidades que trabalham com a atividade. "Os objetivos principais da pousada são gerar renda para as comunidades locais, fortalecer a organização e capacitação comunitária e criar incentivos para que essas comunidades promovam a conservação dos recursos naturais da área", disse.

Interação entre animais e humanos

Recente levantamento divulgado pelo Instituto Mamirauá mostra que as espécies da reserva convivem harmoniosamente com os visitantes. De acordo com a pesquisadora Fernanda Paim, durante o estudo, foram percorridas duas trilhas de uso mínimo (baixa frequência de visitação de turistas) e duas de uso intenso (alta frequência de visitação turistas).

De 2007 e 2010, foram monitoradas quatro espécies. No período, houve registro de 448 grupos (ou unidades sociais) nos 811,2 quilômetros percorridos. Segundo Fernanda Paim, com exceção do macaco-de-cheiro-comum, todas as espécies foram registradas nas quatro trilhas.

"O macaco-de-cheiro-de-cabeça-preta foi a espécie que apresentou a maior densidade geral em todos os anos, seguida por guariba, macaco-prego e uacari-branco", disse a pesquisadora.

Para Fernanda, o fato de não terem sido encontradas diferenças significativas na densidade de uacari branco e macaco-de-cheiro-de-cabeça-preta ao longo do estudo, pode sugerir que as atividades promovidas pela Pousada Uacari não estão afetando os primatas.

"Guariba e macaco-prego apresentaram maiores densidades nas trilhas de uso intenso, indicando a possibilidade de habituação desses primatas à presença humana em decorrência da visitação dos turistas. É provável que esse processo constante de visitação nas trilhas de uso intenso aumente a detectabilidade de indivíduos dessas duas espécies, já que os mesmos não fogem dos observadores", afirmou.

A pesquisa analisou ainda a frequência de visitantes, considerada adequada. Para a coordenação do local, as atividades de turismo de observação, caracterizado pelo respeito que o turista tem com a vida selvagem, permite a conservação das espécies da reserva. "Esta prática tem o cuidado de interferir ao mínimo no habitat do animal, não alimentando-o e evitando sua perturbação, explicou Fernanda Sá Vieira.



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UC:RDS

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