No interior do Amazonas, instituições promovem discussão sobre madeira sustentável

WWF - http://www.wwf.org.br - 22/10/2014
Discutir ações, iniciativas e propostas que possam impulsionar a exploração sustentável da madeira em Lábrea, município do interior do Amazonas, foi o objetivo do seminário Manejo Florestal Comunitário e de Pequena Escala.

O evento foi realizado no fim de setembro pelo Grupo de Trabalho (GT) da Madeira - um conjunto de mais de 10 organizações governamentais e da sociedade civil - que busca fortalecer a cadeia produtiva no município. O WWF-Brasil apóia e participa deste movimento.

O seminário ocorreu no auditório da Prefeitura e reuniu cerca de 80 pessoas - representantes de várias instituições, como órgãos públicos, associações, sindicatos, bancos, pesquisadores e representantes de moveleiras e serrarias.

A programação contou com atividades em grupo, debates e plenárias. Os participantes do encontro presenciaram também a entrega da Autorização de Exploração (Autex) dada a uma comunidade da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Ituxi - que, com este documento, pode explorar e comercializar legalmente sua madeira.

Na ocasião, teve início ainda o planejamento para exploração dos planos de manejo de pequena escala localizados no Rio Sepatini, que já têm sua licença de operação.

Cadeias de Valor

Para o WWF-Brasil, o seminário representa a continuidade de um processo iniciado em 2013, quando os atores sociais de Lábrea ajudaram a construir o estudo Diagnóstico das Cadeias de Valor da Madeira no Estado do Amazonas.

Este estudo apontou as oportunidades e fraquezas do mercado da madeira sustentável em outras quatro cidades amazonenses, além de Lábrea - Tefé, Boa Vista do Ramos, Apuí e Manacapuru.

Segundo o analista de conservação do WWF-Brasil, Marcelo Cortez, muita coisa avançou em Lábrea de 2013 para cá. "Estamos presenciando o resultado das discussões que vêm ocorrendo desde o ano passado", afirmou.

Marcelo contou também que cinco licenças de exploração foram expedidas e já estão em posse dos comunitários da Resex Ituxi e do Rio Sepatini - e que essas iniciativas estão liderando as discussões que ocorrem hoje no município.

"Não há dúvida que o cenário em Lábrea é muito diferente de um ano atrás, quando dominavam as reclamações aos órgãos de licenciamento. Com esses pequenos avanços, a palavra de ordem é de construir um novo caminho dentro legalidade e da união do setor florestal", disse o especialista.

Diálogo

O marceneiro Manoel de Brito Lima, 60, foi um dos participantes do seminário. Ele trabalha com madeira há 48 anos - é proprietário da Marcenaria Brito Lima e tesoureiro da Associação das Pequenas Movelarias de Lábrea (Apemol).

Manoel contou que o seminário foi "muito importante": "Antes, quando todos esses atores sociais sentavam juntos, não havia conversa. Os órgãos governamentais queriam nos punir e nós queríamos defender os nossos direitos. Mas hoje, graças às iniciativas como essa, existe um diálogo. Todos lutam pela mesma causa, que é a busca da legalidade de todas as nossas movelarias", afirmou o marceneiro.

Entre os encaminhamentos do encontro estão: a realização de uma nova oficina em novembro, onde serão redigidos, de forma coletiva, projetos em busca de financiamento; e a formalização de conversas com instituições bancárias, que possam disponibilizar, aos pequenos empreendedores, linhas de crédito específicas para manejo florestal.

Instituições unidas

Compõem o GT da Madeira diversas organizações como o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB), o Instituto Floresta Tropical (IFT), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Também participam da iniciativa várias organizações de Lábrea, como a Associação dos Pequenos Madeireiros de Lábrea (Asmadel) e a Apemol.



http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?41902
Amazônia:Madeira-Exploração

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Ituxi
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.