Há menos de duas semanas da autorização para a pesca da lagosta neste ano e mais flagrantes de pesca ilegal. Foram apreendidos barco e equipamentos utilizados na pesca com mergulho e compressor de ar, instrumentos proibidos por lei e entres os principais responsáveis para a escassez da lagosta no Ceará. Além de fazer atividade predatória, os pescadores, de Icapuí, exploravam área marinha da Reserva Extrativista da Prainha do Canto Verde, em Beberibe. A Operação Dragão do Mar II foi realizada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), polícias Federal e Militar Ambiental e Ibama.
Foram apreendidos 80Kg de lagosta pescada com compressor de ar. A atividade tanto causa prejuízo ambiental, quanto social e de saúde do próprio mergulhador. A fiscalização ocorreu nos limites marinhos e no território de pesca da Reserva Extrativista (Resex) da Prainha do Canto Verde, em Beberibe, no Litoral Leste. A operação envolveu três agentes federais de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e outros três policiais militares ambientais. No episódio anterior da "guerra da lagosta", relatou-se o reinício da pesca após o defeso da lagosta e a preocupação dos pescadores artesanais com a escassez causada pela pesca predatória.
Na semana passada foi apreendida a embarcação "Navegante", de Icapuí, com quatro pescadores e nenhum documento. O barco precisaria de licença marítima e cada um a sua "carteira de pescador artesanal". De artesanal mesmo só os instrumentos ilegais para pesca: um compressor de ar ligado ao motor levando ar para um botijão de gás de cozinha vazio, este servindo de reserva do ar poluído, que vai numa mangueira até o mergulhador, este catando com a mão as lagostas no fundo do mar. Não são raros os casos de embolia pulmonar causada pela atividade de risco. Para aguentar até quatro horas extraindo lagosta no fundo mar, alguns mergulhadores consomem drogas ilícitas.
Proprietário
A Polícia Federal investigou e identificou o proprietário do barco, agora autuado em R$ 11.600, e cada pescador pagará multa de R$ 1 mil. A embarcação está apreendida nas dependências do Ibama. A lagosta foi doada para o Projeto Desafio Jovem Ceará, que trabalha na recuperação de dependentes químicos. Mas não há nenhuma garantia de que hoje os mesmos pescadores estejam fazendo a mesma prática no mar. Não muda o hábito, só muda o barco.
O combate à pesca predatória da lagosta é tão complexo que mais difícil do que fiscalizar é convencer os infratores de que estão cometendo crime ambiental. Em algumas regiões do litoral cearense é mais fácil encontrar a pesca ilegal do que a que usa os tímidos instrumentos artesanais, mas que é o único mecanismo legal e sustentável.
Para Alexandre Caminha de Brito, chefe da unidade de conservação e coordenador da operação, as fiscalizações servem para ajudar a coibir a prática ilegal de pesca da lagosta.
As áreas marinhas da Resex da Prainha do Canto Verde, em Beberibe, são reconhecidos berços de reprodução da vida marinha. Também é lá que as lagostas buscam abrigo e os pescadores seu sustento.
Multa
11,6
Mil reais é o valor da autuação dada ao proprietário do barco, que foi apreendido com a pesca ilegal em Beberibe. Além disso, cada pescador pagará multa de R$ 1 mil
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=996442
Recursos Hídricos:Pesca
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