País tem sete áreas prioritárias para proteção de mamíferos, pássaros e anfíbios

Estado de Minas - http://www.em.com.br/ - 15/11/2013
Um estudo publicado na Science identificou as mais importantes áreas de proteção do planeta para mamíferos, pássaros e anfíbios. De acordo com os pesquisadores, essas regiões são críticas para a manutenção de animais ameaçados de extinção e deveriam ser nomeadas patrimônio da humanidade. O estudo, baseado em dados de 173 mil áreas de proteção e 21,5 mil espécies listadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), inclui sete localidades brasileiras: o Alto Rio Negro, o Parque Estadual da Serra do Mar, a Área de Proteção Ambiental da Serra do Mar, a Reserva da Mata Atlântica, o Parque Nacional de Itatiaia e a Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira.

A análise, que também fornece conselhos práticos para melhorar a efetividade da proteção às áreas de conservação da biodiversidade, compara a contribuição de cada área de proteção à sobrevivência de longo prazo das espécies. Setenta e oito localidades foram identificadas como "excepcionalmente insubstituíveis". Juntas, elas abrigam uma população de mais de 600 espécies de pássaros, anfíbios e mamíferos, dos quais 50% já são considerados ameaçados. Em muitos casos, as áreas de proteção são o refúgio de animais endêmicos, que não existem em nenhuma outra parte do mundo. Um exemplo é o pato de Laysan (Anas laysanensis), do Havaí.

Muitas dessas áreas já são designadas como de valor universal pela Convenção de Patrimônio Mundial da Unesco. Entre elas, estão as Ilhas Galápagos, no Equador; o Parque Nacional Manú, no Peru; e os Gates Ocidentais, na Índia. Contudo, metade das regiões citadas não têm o mesmo reconhecimento, incluindo o Parque Nacional das Montanhas Udzungwa, na Tanzânia, e o Parque Nacional de Santa Marta, na Serra Nevada (Colômbia). "Esses locais excepcionais poderiam ser fortes candidatos ao status de patrimônio mundial da humanidade. Um reconhecimento desses poderia garantir proteção efetiva para a biodiversidade única nessas áreas, dados os padrões rigorosos aos quais patrimônios têm de ser submetidos", disse Sozic Le Saout, principal autor do artigo.

Diferentemente de estudos anteriores que focaram a necessidade de aumentar o número de áreas de proteção, o artigo publicado na Science salienta a importância de incrementar o gerenciamento das localidades já existentes. "As Reservas Florestais de Páramo Urrao, na Colômbia, por exemplo, não existem de verdade", argumenta Paul Salaman, especialista em biodiversidade colombiana e CEO da organização Rainforest Trust. "Elas foram legalmente criadas em 1975, mas isso nunca se traduziu na prática."

"Áreas de proteção só podem desempenhar totalmente seu papel de conservação da biodiversidade se forem efetivamente manejadas", argumenta Simon Stuart, presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN. "E isso nem sempre ocorre, dado o orçamento limitado voltado à conservação. Dessa forma, os governantes deviam prestar atenção em particular à efetividade do gerenciamento das áreas altamente insubstituíveis."



http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2013/11/15/interna_tecnologia,470745/pais-tem-sete-areas-prioritarias-para-protecao-de-mamiferos-passaros-e-anfibios.shtml
Biodiversidade:Fauna

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Serra do Mar (PES)
  • UC Serra da Mantiqueira
  • UC Itatiaia
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.