Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no sul do Estado, abre série do National Geographic

http://zerohora.clicrbs.com.br - 11/02/2014
Ele já mergulhou com sucuris, chegou muito perto de jacarés e ficou cara a cara com onças-pintadas. Mas não é só de situações de pura adrenalina que o fotógrafo e cinegrafista brasileiro Cristian Dimitrius precisa para registrar a natureza brasileira. Às vezes, a beleza de um lugar, por si só, é suficiente para gerar imagens de tirar o fôlego. É o caso do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no litoral sul do Estado - destino que abre a série de documentários Wild Brasil - Brasil Selvagem, do canal americano National Geographic, sobre os encantos turísticos do país.

Os 35 mil hectares eleitos como abrigo para mais de 220 espécies de aves migratórias foram percorridos por Dimitrius e sua equipe em duas visitas, entre dezembro de 2013 e janeiro deste ano. Os 24 dias de trabalho resultaram em mais de 20 horas de imagens. Daria para montar um programa de TV apenas com a Lagoa do Peixe, mas o parque divide espaço no episódio Zona Costeira com outros quatro destinos (litoral norte de São Paulo, Praia do Forte, na Bahia, Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha, arquipélago pernambucano) - então sobra apenas 10 minutos para cada um.

Wild Brasil - Brasil Selvagem será transmitido pelo canal da National Geographic em mais de 160 países. Além da Zona Costeira, há os capítulos Pantanal, Amazônia, Cerrado/Caatinga e Mata Atlântica. A peregrinação por todos esses biomas durou cerca de três anos. Entre tantas maravilhas naturais, a Lagoa do Peixe chamou a atenção do cinegrafista principalmente por causa daqueles que são os xodós do parque: os rosados e fascinantes flamingos, bichos raros de se ver. É apenas lá que eles podem ser observados durante o ano inteiro no Brasil, com maior abundância entre os meses de outubro e maio.

- Quando eles estão em grupo, é uma estética linda - afirma.

Embora os flamingos sejam considerados a atração principal, outras centenas de espécies - vindas em migração do Hemisfério Norte, no verão, e do Sul, durante o inverno - encontram no parque um refúgio para descanso e alimentação. Trinta-réis, batuíras, maçaricos, biguás, gaivotas, andorinhas, cisnes-de-pescoço-preto e talhamares têm, à disposição, uma alta concentração de nutrientes.

A grande quantidade de moluscos, algas, plânctons, caranguejos, siris, peixes e camarões na extensão de 35 quilômetros da lagoa (que, na verdade, é uma laguna, pois tem canal de comunicação com o mar durante boa parte do ano) garante a saciedade das aves.

Fama internacional11/02/2014 | 06h02
Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no sul do Estado, abre série do National Geographic
O cinegrafista Cristian Dimitrius esteve na Lagoa do Peixe para gravar imagens do documentário "Wild Brasil - Brasil Selvagem", que irá ao ar antes da Copa do Mundo
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Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no sul do Estado, abre série do National Geographic Evandro Marcel Fontana/Divulgação
Cinegrafista Cristian Dimitrius, da National Geographic, filma na Lagoa do Peixe Foto: Evandro Marcel Fontana / Divulgação
Luísa Martins

luisa.martins@zerohora.com.br

Ele já mergulhou com sucuris, chegou muito perto de jacarés e ficou cara a cara com onças-pintadas. Mas não é só de situações de pura adrenalina que o fotógrafo e cinegrafista brasileiro Cristian Dimitrius precisa para registrar a natureza brasileira. Às vezes, a beleza de um lugar, por si só, é suficiente para gerar imagens de tirar o fôlego. É o caso do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no litoral sul do Estado - destino que abre a série de documentários Wild Brasil - Brasil Selvagem, do canal americano National Geographic, sobre os encantos turísticos do país.

Os 35 mil hectares eleitos como abrigo para mais de 220 espécies de aves migratórias foram percorridos por Dimitrius e sua equipe em duas visitas, entre dezembro de 2013 e janeiro deste ano. Os 24 dias de trabalho resultaram em mais de 20 horas de imagens. Daria para montar um programa de TV apenas com a Lagoa do Peixe, mas o parque divide espaço no episódio Zona Costeira com outros quatro destinos (litoral norte de São Paulo, Praia do Forte, na Bahia, Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha, arquipélago pernambucano) - então sobra apenas 10 minutos para cada um.

Wild Brasil - Brasil Selvagem será transmitido pelo canal da National Geographic em mais de 160 países. Além da Zona Costeira, há os capítulos Pantanal, Amazônia, Cerrado/Caatinga e Mata Atlântica. A peregrinação por todos esses biomas durou cerca de três anos. Entre tantas maravilhas naturais, a Lagoa do Peixe chamou a atenção do cinegrafista principalmente por causa daqueles que são os xodós do parque: os rosados e fascinantes flamingos, bichos raros de se ver. É apenas lá que eles podem ser observados durante o ano inteiro no Brasil, com maior abundância entre os meses de outubro e maio.

- Quando eles estão em grupo, é uma estética linda - afirma.

Embora os flamingos sejam considerados a atração principal, outras centenas de espécies - vindas em migração do Hemisfério Norte, no verão, e do Sul, durante o inverno - encontram no parque um refúgio para descanso e alimentação. Trinta-réis, batuíras, maçaricos, biguás, gaivotas, andorinhas, cisnes-de-pescoço-preto e talhamares têm, à disposição, uma alta concentração de nutrientes.

A grande quantidade de moluscos, algas, plânctons, caranguejos, siris, peixes e camarões na extensão de 35 quilômetros da lagoa (que, na verdade, é uma laguna, pois tem canal de comunicação com o mar durante boa parte do ano) garante a saciedade das aves.


As protagonistas

São elas, as aves, as protagonistas do filme. De norte a sul do Brasil, é a rota delas que conta a história do litoral. Por isso, não adiantava filmar de longe. Tinha de ser o mais perto possível, o que exigiu técnicas de camuflagem. Dimitrius explica o porquê:

- As aves são bem ariscas. Para conseguir uma imagem boa, tem de ficar bem próximo, sem que elas percebam. Elas associam a forma humana a perigo, devido a um histórico de práticas de caça.

Então, ele se enfiava dentro de uma rede escura, só com a câmera saliente, e esperava. Quando o bicho chegava perto e se refestelava, absolutamente seguro de que não havia ninguém por ali, era apertar o REC e se deleitar.

O fato de a Lagoa do Peixe não apresentar fauna agressiva não tornou o trabalho mais fácil. As chuvas e os ventos que acompanhavam a virada do tempo, comum na região, eram percalços a superar. Mas, no fim das contas, até o vento forte ganhou destaque ao determinar o movimento das areias.

- A gente vê as dunas em um dia de sol e acha lindo, mas mais bonito ainda é mostrar como elas se formam. Nem que para isso eu fique com a cara cheia de areia e corra o risco de prejudicar meu equipamento - afirma Dimitrius.

Mas o mais impressionante de tudo, diz ele, é a revoada de aves no canal:

- É incrível assistir a um bando gigante daqueles voar em sincronia. As cores se misturam e criam formas no céu. Quando esse fenômeno acontece ao pôr do sol, então... É maravilhoso.

Íntegra da notícia: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/viagem/noticia/2014/02/parque-nacional-da-lagoa-do-peixe-no-sul-do-estado-abre-serie-do-national-geographic-4415530.html
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