População de botos na Baía de Guanabara tem menos de 40 animais

G1 - http://g1.globo.com/ - 28/02/2015
O Globo Repórter embarcou em uma aventura pelas águas da Baía de Guanabara em busca do animal símbolo da cidade, mas que está seriamente ameaçado de extinção. Conosco, oceanógrafos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que há mais de 20 anos monitoram a população de botos-cinzas da Baía.

Navegamos em direção à área de proteção ambiental de Guapimirim, no fundo da Baía. Cruzamos com cenas típicas do Rio. Pequenas ilhas, pescadores simpáticos e uma garça de carona com eles. Mas de repente, um pedido de socorro da natureza. Fora da área de proteção ambiental, há uma grande quantidade de peixe morto. O cheiro é ruim, é forte. São toneladas de savelhas, uma prima da sardinha. Podem ter morrido por poluição, algas tóxicas ou contaminação das águas. É difícil dizer sem testes específicos. Mas o fato é que há uma quantidade muito grande de peixes mortos.

"É por isso que a gente tem que cuidar bem da Baía de Guanabara. Eles dependem completamente dessa água aí ter uma qualidade boa pra eles sobreviverem", diz o oceanógrafo da UERJ Alexandre Azevedo.

Não é uma cena agradável de se ver não. Definitivamente não é.

Oceanógrafo fica eufórico ao ver um boto recém-nascido

As cenas boas, que a equipe do Globo Repórter procurava de binóculos, surgem diante dos olhos ao chegar à Área de Proteção Ambiental de Guapimirim.

"Aqui a gente tem realmente uma área preservada", explica Alexandre Azevedo.

Eles fotografam e registram os botos. Na primeira contagem, feita nos anos 80, eram mais de 300.

"E agora, em 2014, essa população está em menos do que 40 animais", lamenta o oceanógrafo.

As fêmeas dão à luz a um único filhote, a cada três ou quatro anos.

"Em 1995, a universidade então deu pra gente o primeiro barco e uma máquina fotográfica", lembra Alexandre Azevedo.

Na universidade, jovens biólogos e oceanógrafos herdaram a paixão dele pelos botos. O nome é Alexandre, o sobrenome, esperança.

Globo Repórter: O Alexandre ficou eufórico porque ele acabou de ver um recém-nascido, é isso mesmo?
Alexandre Azevedo: Isso. É com nascimento de novos filhotes que essa população recupera.
Globo Repórter: Gostou muito hein!
Alexandre Azevedo: Muito, muito!
Globo Repórter: Ficou felizão mesmo.

E o Globo Repórter também.



http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2015/02/populacao-de-botos-na-baia-de-guanabara-tem-menos-de-40-animais.html
Biodiversidade:Fauna

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