Primeiro Parque Estadual do Acre começa a receber atividades para conservação

Ambientebrasil - 16/04/2006
Parque Estadual do Chandles, criado oficialmente em 2004, começa a receber as atividades que visam sua conservação, por meio do programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que prevê diversas ações no lugar. Na manhã da última quarta-feira, foi realizada a primeira atividade na fase de execução das iniciativas que se pretende para a região. O sobrevôo de aproximadamente quatro horas teve resultado positivo, em que as imagens aéreas constataram que não há áreas desmatadas no parque.

O objetivo da operação foi de diagnosticar o local, e foi organizada pelo Instituto de Meio Ambiente do Estado do Acre (Imac), responsável pelo manejo e administração do parque.
Junto aos profissionais do instituto, participaram do sobrevôo pessoas do Pelotão Florestal, Exército, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Para continuar o trabalho, a meta agora, é ir in loco, percorrer o parque de barco em uma aventura prevista para durar dez dias. Uma equipe está sendo formada e começa a se organizar a partir do dia 15 de abril para a viagem que terá saída de Rio Branco, passando por Sena Madureira e percorrerá o rio Purus até o rio Chandles, que dá acesso ao parque.

Mais que fiscalizar

Essas atividades fazem parte da fiscalização que o Imac pretende manter no Parque. Mas a coordenadora técnica do projeto ARPA no Estado, Cristina Lacerda, mostra que os planos para a grandeza do Chandles vão além do monitoramento.

O orçamento repassado pelo programa visa também à elaboração do Plano de Manejo do Parque, o fortalecimento de seu Conselho Consultivo e a aquisição de equipamentos para auxiliar nas atividades.

Quando criado, o Parque do Chandles abrigava doze famílias, e todas optaram em permanecer no lugar. Como toda Unidade de Conservação de Proteção Integral, entrar nele sem autorização é ilegal. O Imac recebeu a notícia de que mais quatro famílias estão na área, por isso, a fiscalização in loco tornou-se ainda mais essencial.

Além das pessoas que moram dentro do parque, existem povos ao seu redor. São as terras indígenas Alto rio Purus e Mamoadate, e trabalhar em parceria com eles, também é algo identificado pelo Imac, como tarefa de grande importância, principalmente, atuando com a educação ambiental.

Passos da criação

O Parque Estadual do Chandles foi criado em um processo longo, que iniciou em 2001, quando o Imac, junto a WWF e S.O.S Amazônia, realizou os estudos básicos no local. Neles foram feitos o levantamento da fauna e flora, situação fundiária, aspectos socioeconômico, análise de relevo, hidrografia, geomorfologia, entre outros, que ajudaram a definir o potencial e categoria em que seria colocado o parque, para a sua conservação.

Em 2003, foi realizada a consulta pública envolvendo municípios, toda a sociedade civil e órgãos governamentais. Em 2004 o parque foi criado pelo governador Jorge Viana (PT), através do decreto de número 10.670, de 2 de setembro de 2004.

"O Chandles foi um dos grandes frutos do trabalho realizado por toda a equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e do Imac, junto aos seus parceiros", diz Cristina.

Patrimônio ambiental

Com o título de ser o Estado mais bem conservado sob o ponto de vista ambiental no Brasil, a cobertura florestal do Acre é de 90%. O Estado adota em sua política, a defesa intransigente de sua maior riqueza, que é a floresta, através da conservação e do uso sustentável dos seus recursos naturais.

Juntamente com o Parque Nacional da Serra do Divisor, o Chandles soma mais de um 1 milhão e 500 mil hectares de área de proteção integral no Acre. E isso significa uma grande contribuição à conservação da biodiversidade, em uma das áreas mais ricas da Amazônia.

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Serra do Divisor
  • UC Chandless
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