Quase metade das áreas protegidas federais sofrem com espécies exóticas

((o))eco - http://www.oeco.org.br/ - 26/06/2017
Bonitinhos, mas que não deveriam estar ali. Animais domésticos abandonados como gatos, cachorros, galinhas e selvagens como javalis e são exemplos de espécies exóticas que ocupam, atualmente, 48% das Unidades de Conservação Federais do país. É o que aponta um estudo da analista ambiental Tainah Guimarães, do próprio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra as áreas protegidas federais.

São 104 espécies exóticas presentes nas Unidades de Conservação, sendo 59 delas causadoras de sérios risco a biodiversidade local. Em mais da metade das Unidades de Conservação de Proteção Integral, como reservas biológicas e parques nacionais, ocorre a presença de pelo menos uma espécie exótica.

Exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural, isto é, que não é originária de um determinado local. Elas vão desde cães, gatos, cabras, jumentos, coelhos a peixes ornamentais. Ao abandonar esses animais nas áreas protegidas, as pessoas estão prejudicando a biodiversidade local, afugentando predadores nativos e a fauna comum do local.

Um exemplo desse abandono de animais exóticos de forma desenfreada acontece em Fernando de Noronha, que sofre com a contenção da população de gatos, que se reproduzem facilmente e fora do ambiente doméstico, adquire características ferais, passando a se alimentar principalmente das aves locais, muitas vezes endêmicas. A unidade de conservação optou por doar esses animais fora do arquipélago, entretanto, em estado feral, a captura desses animais se torna difícil e mesmo sendo doados, o risco de serem abandonados novamente é uma realidade para as unidades de conservação.

Pragas silvestres

Outras espécies exóticas, como o Javali, se transformaram em verdadeiras pragas no campo e causam danos imensos por onde passam. A ausência de predador e, portanto, de controle populacional, fez o javali se transformar em uma praga que ameaça plantações e espécies nativas, como ovos de tartarugas e jacarés, parte do cardápio do animal. Invasor, e dominante, desde 2013, a caça ao Javali é legalmente permitida, porém, o combate da praga em unidades de conservação ainda não foi efetivo porque os gestores têm receio em autorizar a caça: "Nunca se sabe se eles vão se valer da autorização para caçar espécies não permitidas", explica Tainah Guimarães.



*Com informações da Assessoria de Comunicação do ICMBio



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