Refúgio para diversas espécies de aves e mamíferos que perderam seu habitat natural, a reserva do Sumaúma, Cidade Nova, zona Norte, está sendo depredada criminosamente. Além de estar sendo invadida por caçadores, a reserva tornou-se depósito de lixo e de entulho, segundo denunciaram ontem moradores que por 30 anos lutaram pela criação da reserva de 51 hectares.
Após receber a denúncia ontem, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) visitou a reserva e tomou providências para interromper a degradação do local. Em um terreno localizado ao lado da reserva, próximo ao supermercado DB da Cidade Nova, avenida Bispo Pedro Massa, pessoas não identificadas estão jogando lixo e entulho que estão se espalhando para dentro da área verde.
O presidente do Ipaam, José Lúcio do Nascimento (foto), afirma que inicialmente pensava-se que o responsável pela poluição era o supermercado DB. No entanto, o Ipaam constatou que outras pessoas estavam depositando lixo em um terreno que em parte pertence ao DB, e cuja outra parte não teve o dono identificado.
"Jogaram lixo e entulho na área privada que agora estão descendo para o parque que foi criado para atender uma demanda da comunidade local", diz.
O presidente do Ipaam explica que a reserva foi criada em setembro de 2003 pelo governador Eduardo Braga. "Agora a reserva está em fase de implementação", afirma.
Para implementar a reserva, o Ipaam está buscando recursos junto a empresas privadas e a ONGs internacionais. O objetivo é criar um espaço de lazer para visitação pública, com trilhas para caminhada e instalação de infra-estrutura.
"Também queremos receber estudantes que serão sensibilizados sobre a importância do meio ambiente", observa.
José Lúcio informou que entrará em contato com a Secretaria Municipal de Limpeza e de Serviços Públicos (Semulsp) e tentará identificar o dono do terreno que está servindo de depósito para o lixo. "O responsável pela poluição é ele (dono do terreno), pois deixou o terreno aberto. Uma vez identificada, essa pessoa ficará responsável por retirar o lixo, pois trata-se de um crime ambiental", afirma o presidente, acrescentando que as multas podem chegar a R$ 18 mil.
O técnico de telecomunicação João Bosco de Almeida, 50, foi um dos moradores que denunciou ao Ipaam a depredação do parque Sumaúma. "É muito triste ver uma área pela qual lutamos tanto ser destruída", lamenta.
João Bosco afirma que diversas pessoas entram criminosamente no parque Sumaúma para caçar e retirar madeira. "Já fui várias vezes ameaçado, pois esses invasores andam armados", denuncia.
Ele afirma que diversas espécies como tatu, bicho preguiça, macacos e aves vivem no parque. Além disso, no local existem duas nascentes de igarapés afluentes do igarapé do Mindu. "Se não houver um controle vão invadir e destruir tudo", afirma.
(Patrícia Almeida-Amazonas em Tempo-Manaus-AM-11/01/05)
UC:Parque
Unidades de Conservação relacionadas
- UC Sumaúma
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.