RESEX de Maracanã recebe expedições do PPBio

Começam no mês de novembro as primeiras coletas de plantas fibrosas na comunidade de Vila da Penha, localizada na Reserva Extrativista de Maracanã, no nordeste do Pará, onde a equipe do projeto "Aplicabilidade da Biodiversidade: Bioprospecção", do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio/Amazônia Oriental), está realizando, desde o início do ano, estudos etnobotânicos.

O responsável pelas coletas será o pesquisador Jorge Oliveira, da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (CBO/MPEG), que vai a campo pela terceira vez. Após a coleta, as amostras serão trazidas para identificação no Museu e, depois de identificadas, irão compor o acervo do Herbário Murça Pires.

"A identificação científica dos vegetais é muito importante para fazer o inventário biológico na região, pois o nome popular das plantas geralmente varia de uma localidade para outra, o que pode tornar o trabalho do pesquisador mais demorado", explica o especialista.

Além de coletas, o pesquisador fará registros de imagens e dará continuidade aos levantamentos dos recursos vegetais utilizados pela comunidade da Vila, no artesanato, pesca e agricultura.

Segundo Jorge Oliveira, as plantas fibrosas são comumente utilizadas para fabricação de cestaria, utensílios domésticos e adornos pessoais, como chapéus, bolsas, brincos e colares; de implementos agrícolas como tipiti, peneira, paneiro e suador de cela; e na pesca artesanal. Algumas das plantas mais usadas são o cipó-açu (Evodianthus funifer), a jacitara (Desmoncus orthacanthos) e o jupati (Raphia taedigera).

Já Márlia Coelho, pesquisadora da CBO, responsável pelas pesquisas com plantas medicinais, vai a campo para realizar entrevistas a fim de fazer o levantamento das plantas mais utilizadas pela comunidade com fins medicinais. Nas primeiras expedições da equipe de Márlia foram estabelecidos os contatos iniciais com os entrevistados (parteiras, benzedeiras, etc) que foram indicados por agentes de saúde ou agentes comunitários da Vila.

Localidade: Localizada no município de Maracanã, distante cerca de 170 quilômetros da capital paraense, Belém, a comunidade de Vila da Penha está inserida na Reserva Extrativista de Maracanã, que possui mais de 19 mil hectares e abriga áreas como matas de terra firme, florestas secundárias, vegetação de várzea e manguezais, além de espécies animais como garças, maçaricos, gaviões, botos, macacos, tartarugas, tamanduás bandeiras, entre outros.

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