Tombada pelo Iphan, área invadida fica no Parque Estadual Serra das Andorinhas.
(CARLOS MENDES e NELSON FRANCISCO)
Uma área de 3 mil hectares do Parque Estadual Serra das Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, no sul do Pará, foi invadida na terça-feira por cerca de 40 famílias de sem-terra. No local existe um dos maiores sítios arqueológicos da Amazônia, com inscrições rupestres que datam de período superior a 10 mil anos.
A invasão foi comunicada pela Fundação Serra das Andorinhas à Secretaria de Meio Ambiente do Pará, que prometeu tomar providências. Desde 1996, a área foi transformada em floresta de preservação permanente. O presidente da fundação, José Coelho Spanner, disse que o local ocupado fica numa inclinação de 45 graus na montanha. "A nossa maior preocupação é que os invasores destruam os sítios arqueológicos, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional."
As áreas apresentam matas de galerias que protegem o maior igarapé, o Sucupira, que corta a serra e desemboca no Rio Araguaia. Segundo Spanner, os sem-terra começaram a desmatar as cabeceiras da serra. "Há risco de sérias conseqüências ambientais, aos peixes e à fauna."
Mato Grosso - Em Araputanga, no sudoeste de Mato Grosso, cerca de 300 famílias do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram ontem a Fazenda Itaguira. A propriedade, de 2 mil hectares, foi ocupada por parte do grupo de sem-terra que também mantém a invasão na Fazenda São Paulo, em Mirassol D'Oeste. Pelo menos 70 fazendas estão invadidas no Estado, segundo a Secretária de Segurança Pública.
Em Cuiabá, cerca de 400 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Assentados e Acampados (MTA) ocuparam, também ontem, por três horas, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Eles reivindicam a desapropriação de seis fazendas e deixaram o prédio depois que o superintendente do Incra, Leonel Wolfhart, disse que só aceita negociar com a sede desocupada.
(-Estado de S. Paulo-São Paulo-SP-26/06/03)
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