Senadores aprovam MPs que retiram proteção de florestas

Valor Econômico, Brasil, p. A2 - 24/05/2017
Senadores aprovam MPs que retiram proteção de florestas

Daniela Chiaretti

O Senado aprovou ontem as duas medidas provisórias que retiram a proteção de 597 mil hectares de duas unidades de conservação no Pará e uma em Santa Catarina, o equivalente a quatro municípios de São Paulo. As MPs 756 e 758, que abrem caminho para a legalização de grileiros e posseiros, haviam sido aprovadas pela Câmara e agora seguem para sanção ou veto do presidente Michel Temer.
A área de conservação mais afetada é a Floresta Nacional do Jamanxim, na região de Novo Progresso (PA), que pode perder 486 mil hectares (37% do total). A mudança prevê que essa área seja transformada em Área de Proteção Ambiental (APA), que permite pecuária e mineração. Brasília está em uma APA.
"Não somos contra a regularização da situação para famílias que viviam ali antes da criação da UC, mas não é isso que fizeram", esclarece Ciro Campos, biólogo do Instituto Socioambiental (ISA). "É a pior mensagem possível. Trata-se da região onde o desmatamento mais cresce, que é dominada pela máfia da madeira e do garimpo", continua. "Isto coloca a Amazônia em uma espiral de destruição que vai deixá-la em pedaços", diz o ambientalista. "A mensagem é que o crime compensa e vem mais pela frente", concluiu.
O Senado manteve a emenda que prevê a retirada de 10,4 mil hectares do Parque Nacional de São Joaquim, localizado a milhares de quilômetros do Pará, escopo inicial das MPs. É uma das maiores ofensas da história à floresta amazônica", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Cidinho Santos (PR-MT) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defenderam as mudanças. (com agências noticiosas)

Valor Econômico, 24/05/2017, Brasil, p. A2


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