Tática de guerrilha contra invasores do Tarumã

A Crítica - http://acritica.uol.com.br - 15/06/2011
Vencer pelo cansaço. Essa é a estratégia de órgãos estaduais e municipais para retirar as 1,47 mil famílias que, há quatro meses, ocupam a comunidade "José Alencar", invasão localizada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tarumã, na Zona Oeste.

No dia 9, o juiz da Vara Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa), Jorsenildo Dourado, determinou a reintegração de posse do terreno e a retirada dos invasores.

Após uma primeira tentativa pacífica de desocupação da área, que fracassou na última segunda-feira, medidas como impedir a entrada e saída de veículos e cortar suprimentos como água e comida da comunidade devem ser adotadas de imediato. A intenção, segundo o subcomandante da Polícia Militar, José Alves, é obrigar as famílias a deixar o local sem um confronto. "A reintegração vai ser cumprida", garantiu.

A decisão de isolar a comunidade e os invasores foi tomada na última terça (14), durante uma reunião da comissão formada por representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Secretaria de Segurança Pública (SSP), Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e polícias Civil e Militar.

O subcomandante da PM, coronel Alves, sugeriu que um posto de controle seja montado no ramal que dá acesso à comunidade e uma segunda barreira seja erguida nos fundos do terreno, onde também existe um acesso. "A ideia não é confrontar, mas sublimar. Impedimos a entrada, cortamos os suprimentos e vamos avançando devagar."

O subsecretário da Semmas, Adilson Cordeiro, deixou claro na reunião que encontrar outro local para abrigar essas famílias não é uma das preocupações da secretaria. "Nossa preocupação são os crimes ambientais. A destinação das pessoas não é uma coisa com que precisamos nos preocupar", declarou.

Sobrevivência

Caso o cerco à comunidade "José Alencar" seja realizado de forma incisiva e eficaz, impedindo totalmente a entrada e saída de alimentos, as mais de 1,4 mil famílias que estão no local não devem resistir por mais de uma semana. É o que afirmam fontes militares especialistas em sobrevivência na selva. Sem água, uma pessoa vive 24 horas. Com pouca comida e água, pode sobreviver até 72 horas. Já se o cerco permitir a entrada de alimentos, mesmo em pouca quantidade, esse período pode se estender por duas semanas ou até meses.

Mas como o grupo de invasores inclui crianças e idosos que não estão habituadas a essas condições, a resistência deve ser menor, inclusive a doenças provocadas pelo consumo de água não potável e pela falta de alimentos, já que a área, desmatada anteriormente, não oferece muitos frutos.



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Questão Agrária/Fundiária

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