Tijuca muito além do Cristo Redentor

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 05/07/2017
Ao completar 56 anos, nesta quinta-feira, o parque nacional que fica no coração do Rio de Janeiro guarda inúmeros tesouros da natureza e da história do Brasil



De braços abertos sobre a Baía de Guanabara, o Cristo Redentor é o maior monumento de art déco em céu aberto do mundo. Na Vista Chinesa, turistas e cariocas se reúnem para curtir o pôr-do-sol. A Pedra da Gávea é ponto de encontro dos amantes do voo livre. A maior trilha urbana da América Latina, a Transcarioca, liga a Barra de Guaratiba até o Morro da Urca. Do alto de seus vários mirantes, é possível contemplar a cidade do Rio de Janeiro. Todas essas atrações localizam-se no Parque Nacional da Tijuca, que completa nesta quinta-feira (6) 56 anos de criação.

O parque foi fundado oficialmente em 1961, mas sua história remonta aos séculos XVII e XVIII. Naquele tempo, a Mata Atlântica era devastada para a extração de madeira e monocultura cafeeira. O resultado desse processo foi uma crise ambiental, especialmente hídrica, que assolou a cidade do Rio de Janeiro.

Em 1861, as florestas da Tijuca e das Paineiras ganharam do então imperador D. Pedro II status de "florestas protetoras" com a finalidade de garantir a preservação dos mananciais de água e a vegetação nativa do Rio de Janeiro. A título de comparação, o Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, famoso mundialmente, foi instituído 11 anos depois dessa decisão do monarca.

Um século depois a área, anteriormente conhecida como Maciço da Tijuca (Paineiras, Corcovado, Tijuca, Gávea Pequena, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca) foi transformada em parque nacional, inicialmente com 33 km2 . Em 2004, a área foi expandida para os atuais 39,51 km2.

"O Parque Nacional da Tijuca tem o papel fundamental de apresentar o sistema nacional de unidades de conservação para a sociedade brasileira e visitantes estrangeiros. Por sua localização no centro da segunda maior cidade do Brasil e principal porta de entrada do turismo e por abrigar o Corcovado, maior atrativo turístico do Pais, o parque é a unidade de conservação mais visitada e com maior visibilidade. Esse potencial deve ser aproveitado para sensibilizar as pessoas e valorizar todas as áreas protegidas", diz o chefe do Parque Nacional da Tijuca, Ernesto Castro.

No meio da selva de pedra

Não só do Cristo Redentor, da Vista Chinesa ou da Pedra da Gávea vive o Parque Nacional da Tijuca. Além dessas conhecidas atrações, o parque é um santuário da Mata Atlântica no meio da selva de pedra, onde os cariocas fazem trilhas, caminhadas, pedalam e desfrutam das belas cachoeiras de água puríssima.

O parque também é um local de ampla biodiversidade. Preserva 1.619 espécies nativas, sendo 433 ameaçadas de extinção. Lá, é possível encontrar o angico (Anadenanthera colubrina), a quaresmeira (Tibouchina granulosa), a embaúba (Cecropia glaziovii), a paineira (Ceiba speciosa), o ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus), o jequitibá (Cariniana legalis), o cedro (Cedrela odorata), a copaíba (Copaifera langsdorffii) e o pau-ferro (Libidibia ferrea), entre outros.

Já os animais estão bem representados pelo mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), o macaco-prego (Sapajus), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a preguiça (Folivora). A observação de pássaros é uma atividade particularmente praticada em todas as épocas do ano, dispondo de vários locais como o Corcovado, a Mesa do Imperador, o Mirante do Horto e até mesmo o Centro de Visitantes.

Viagem no tempo

O tempo deixou um patrimônio histórico que até hoje pode ser apreciado pelos visitantes. É possível encontrar e visitar diversos locais que fazem parte da história não só do parque, mas do Rio de Janeiro e do Brasil. O circuito do Vale Histórico engloba atividades de visitação a algumas dessas localidades históricas, sendo um dos atrativos da Transcarioca. Num percurso de 7,5 km, o participante tem a oportunidade de conhecer as ruínas, fontes e monumentos que faziam parte das terras do parque ainda no tempo do Brasil Colônia.

Bem pertinho do centro de visitantes, chama a atenção uma delicada igrejinha cor-de-rosa. A Capela Mayrink, como é chamada, foi construída em 1855 pelo visconde Antônio Alves Souto, com o nome de Nossa Senhora do Belém. Em 1896, a área onde se encontra a construção foi vendida ao conselheiro Francisco de Mayrink recebendo, assim, o sobrenome de seu novo proprietário.

Dentro do parque ainda existem as ruínas da fazenda do Visconde de Asseca. A área foi desapropriada em 1867 e era anteriormente moradia de um funcionário de Magalhães Castro, sobrinho e afilhado do barão de Bom Retiro e também o administrador do parque no início da República. As chuvas de 1996 fizeram com que a casa desabasse, restando apenas as ruínas que ainda podem ser visitadas.

Quem quiser conhecer um dos locais favoritos da Imperatriz D. Leopoldina pode ir ao Jardim dos Manacás. Ali a imperatriz reunia amigas e damas de companhia para tomar chá. A Fonte Wallace, um presente de estima do governo francês, está localizada no centro dos jardins.

"A Tijuca é também uma inspiração para o futuro. Sua história de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas para proteção da água há mais de 150 anos é um caso pioneiro no mundo de percepção da importância dos serviços ambientais para a sociedade. Um belo exemplo de que podemos recuperar mananciais e reconstruir ambientes naturais", enfatiza Castro.

Serviço:

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