Um real para cada barril de petróleo

OECO - http://www.oecoamazonia.com - 07/06/2011
O Fundo Permanente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) vai receber R$ 1,00 de cada barril de petróleo extraído pela petrolífera HRT no Amazonas. O acordo assinado na segunda-feira (06 de junho) em Manaus prevê que o fundo receba um total de R$ 20 milhões até 2013, com possibilidade de renovação do contrato. Além desta doação, a fundação vai receber também R$ 4 milhões, num prazo de dois anos, para implantação de um Núcleo de Conservação e Sustentabilidade e outras ações na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari, no município de Carauari (700 km de Manaus).

O fundo da FAS conta com R$ 65 milhões, doados pelo governo do Amazonas e empresas privadas. Os rendimentos deste fundo financiam o Programa Bolsa Floresta, valor pago a moradores de Unidades de Conservação e a comunidades como compensação pelo compromisso de não desmatarem. Somando todos os valores pagos, são R$ 1.360,00 investidos por família anualmente.

A empresa projeta produzir 50 mil barris por dia em 2015, em poços perfurados na Bacia do Solimões, no Amazonas. De acordo com o presidente da companhia de petróleo, Márcio Rocha Mello, a exploração comercial deve começar no ano que vem, quando o dinheiro começará a ser depositado no fundo. "Quando tirar o primeiro barril, eu mesmo vou lá com um real na mão entregar", afirmou durante a entrevista coletiva.

Para o superintendente da FAS, Virgílio Viana, é uma iniciativa pioneira, porque é a primeira vez que uma empresa petrolífera relaciona a atividade à conservação do meio ambiente. "Se todas as empresas de Petróleo fizerem a mesma coisa, isto equivale a 20 bilhões de dólares, que se fossem colocados no papel, pelos acordos do Clima, em Cancún e Copenhage, por exemplo, equivale a 20 por cento do total que precisa ser aplicado", discursou Viana.

Na avaliação de Virgílio Viana, o acordo é mais vantajoso do que a ideia de compensar financeiramente o país para não explorar o petróleo, com foi proposto pelo Equador, para o Parque de Yasuni. "É uma versão mais sofisticada do que a proposta do Equador. Aquela proposta foi legal, mas não está funcionando", afirmou. "É preciso fazer a transição para uma energia mais limpa, mas é preciso também financiar esta transição. Nós estamos criando o conceito de que quem vai financiar a transição é a própria indústria", completa o superintendente da FAS.

Existe a promessa também que a exploração seja sustentável e cause menos impacto do que a pecuária. Virgílio Viana destaca que no Amazonas já foi decidido que o acesso às instalações da indústria do petróleo no interior do estado não seja feito por estradas, que poderiam ser vetores do desmatamento. É o caso da Província Petrolífera de Urucu, na mesma Bacia do Solimões, de onde a Petrobrás extrai mais de 50 mil barris de óleo por dia. O acesso é feito só por aeronaves.

Para o coordenador de extensão do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Carlos Roberto Bueno, que assistiu à apresentação do acordo, é positiva a iniciativa de a empresa de compensar as emissões de Carbono. "Nós temos possibilidade de produzir uma quantidade imensa de petróleo, que vai ser jogada para cima. Nós temos que ter um retorno", afirma Bueno.



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