Vento forte dificulta combate a incêndio

CB, Brasil, p. 12 - 11/09/2007
Vento forte dificulta combate a incêndio

Ullisses Campbell
Da equipe do Correio

Pelo menos 20 mil hectares de vegetação já foram destruídos pelo incêndio florestal que há 12 dias castiga o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Quarenta homens do Corpo de Bombeiros e do Ibama tentam controlar as chamas, que, por causa do vento forte, se espalham rapidamente. As trilhas, que são visitadas por milhares de turistas durante o ano todo, estão fechadas ao público. Um outro incêndio está sob controle no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Mas ainda há dezenas de focos que oferecem riscos. Nessa reserva, as chamas já consumiram mais de 60% de mata nativa. No total, a Chapada dos Veadeiros tem 65 mil hectares.

Na semana passada, os brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conseguiram apagar um incêndio de grandes proporções no Parque Nacional de Brasília, que destruiu 11 mil hectares. Há suspeita de que o fogo nas chapadas dos Guimarães e dos Veadeiros tenha sido criminoso, pois há chamas em pontos muito distantes ente si. "Um motoqueiro foi visto na região ateando foco a cada dois quilômetros", diz Elmo Monteiro, coordenador do Centro Nacional de Preservação e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) do Ibama.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo o país, de janeiro a agosto deste ano, as queimadas em áreas de preservação aumentaram 43% em relação ao mesmo período do ano passado. O PrevFogo divulgou ontem que seis unidades de conservações importantes já tiveram grandes incêndios só neste ano. Dois estados - Pará e Mato Grosso - estão sendo observados de perto porque já acumulam mais de 7 mil focos de calor só em setembro, segundo dados de satélites.

De acordo com Elmo Monteiro, a fase crítica é o período entre junho e setembro, quando aumenta o calor e diminui a umidade relativa do ar. Com isso, qualquer bagana de cigarro jogada inocentemente no chão pode dar início em um incêndio incontrolável. "O maior prejuízo é para a fauna e flora. A morte de animais em incêndios florestais é muito grande", ressalta Monteiro.

Para conter as chamas na Chapada dos Guimarães, a 60km de Cuiabá, o Ibama e a Defesa Civil usam aviões e helicópteros. O trânsito na principal rodovia de acesso ao parque teve que ser interrompido para abastecimento de urgência. Várias equipes que trabalham por terra também estão usando equipamentos especiais e até baldes com água. "A maior dificuldade é chegar até os focos de incêndio. As equipes andam de duas a três horas abrindo caminho no meio do cerrado", conta Elmo Monteiro.

CB, 11/09/2007, Brasil, p. 12
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