Visando sustentabilidade, comunitários de reserva planejam ações para os próximos anos

A Crítica - http://acritica.uol.com.br/ - 21/03/2016
Uma das principais metas do planejamento de gestão é incluir os jovens como participantes ativos de cada uma das atividades desempenhadas


Como você quer ver o lugar onde mora daqui há cinco anos? Quais atividades econômicas podem estar melhor estruturadas afim de manter a sustentabilidade da sua comunidade e evitar a evasão para outras localidades? Como o jovem pode colaborar para a realização do planejamento? Em resumo: qual é o seu sonho?

Essas foram algumas das perguntas que moradores das 19 comunidades que integram a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro se empenharam para responder entre os dias 15 e 17 de março, durante a Oficina de Planejamento Participativo (OPP) realizada na comunidade Tumbiras, na margem direita do Rio Negro.

A ação, que reuniu pesquisadores e comunitários para discutir ideias e expectativas para o futuro da unidade de conservação, foi coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), em parceria com outras entidades como a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a Procuradoria Geral do Estado (PGE).

A oficina é uma das principais etapas para a construção de um planejamento estruturado que deve nortear as ações futuras econômicas e sociais dos povos tradicionais que habitam a reserva.


Anseios

Os sonhos dos próprios comunitários foram trabalhados em diversas áreas de interesse como o turismo de base sustentável, práticas de agricultura e criação de animais, extração de recursos madeireiros e não madeireiros, pesca e regularização fundiária.

"Para ter a sustentabilidade e desenvolver as atividades econômicas da forma correta, temos que começar por saber os limites do terreno que ocupamos. Por isso, um grande desejo nosso é estabelecer e por em prática as regras para saber quem pode ou não fazer uso das terras da RDS. Nós não somos donos, porque as terras são do governo, mas estamos autorizados à usá-la", destacou um dos moradores José Geraldo Mota, 60 anos.

Já para Izolena Garrido, líder da comunidade Tumibra, um anseio, que deve se transformar em metas do planejamento, é que o uso dos recursos madeireiros se estenda além da simples extração das toras para a confecção de embarcações e móveis. "Se usarmos recursos não madeireiros, como sementes, cascas e fibras, podemos aproveitar as árvores em pé para a extração de matéria-prima para o artesanato local, uma atividade que já se comprovou lucrativa para nós e compõe a cadeia produtiva do turismo", sugeriu.


Jovens líderes em formação

Uma das principais metas do planejamento de gestão é incluir os jovens como participantes ativos de cada uma das atividades desempenhadas. O programa Jovens Protagonistas visa formar lideranças comunitárias no local


Personagem

Leila Costa, jovem comunitária

"A construção de um plano para o futuro é para nós, jovens, uma grande troca de experiências. Nós fomos divididos em cada uma das equipes de trabalho para também sermos mais participativos nesse processo de transformação. Esse programa 'Jovens Protagonistas' tem esse papel também, de fazer a gente pensar o que queremos e aprender a falar, a dizer o que pensamos, a contribuir. Um dos nossos grandes sonhos aqui na RDS é que nós possamos ter um dia, o ensino superior, com cursos que tenham relação como o nosso cotidiano. Pedagogia, letras, engenharia ambiental, e outros. Assim ,nós podemos ficar aqui, sem precisar ir estudar em outras cidades. Podemos trabalhar melhor até a manutenção das nossas tradições e ensinar isso para as crianças, para que elas sejam, no futuro, também, transformadoras".


http://acritica.uol.com.br/manaus/Visando-sustentabilidade-comunitarios-planejam-proximos_0_1543645633.html
UC:RDS

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Rio Negro
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.