Workshop propõe linhas de pesquisa para a Floresta Nacional de Ipanema

www.ibama.gov.br - 17/10/2006
São Paulo (17/10/06) - Pesquisadores, professores universitários e servidores do Ibama reúnem-se, hoje e amanhã (17 e 18), no workshop "Floresta Nacional de Ipanema - presente, passado, futuro", que pretende propor linhas de pesquisa para a unidade de conservação de uso sustentável de Iperó, no interior de São Paulo. Organizado numa parceria entre o Ibama e a UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, o workshop conta com a participação de outras universidades parceiras do Ibama, por meio da Floresta Nacional de Ipanema: UNICAMP, UNESP, UNISO, USP, PUC, CEUNSP e UniABC, além de pesquisadores que já tiveram Ipanema como tema de trabalhos, mas não estão ligados a instituições atualmente.

O primeiro dia será dedicado aos parceiros que apresentarão os trabalhos que vêm realizando com a Floresta Nacional de Ipanema e falarão da relação institucional de suas universidades com o Ibama. Amanhã, os participantes começam a definir as propostas para as linhas de pesquisa, a partir de grupos de trabalho que têm como tema: Conservação da Biodiversidade, Desenvolvimento de Atividades Educativas, Planejamento Sócio-Ambiental; Turismo, Lazer, Patrimônio Ambiental e Histórico-Cultural; Atividades Geradoras de Bens e Serviços; e Recuperação de Áreas Degradadas. Desse encontro, também resultará a proposta para a composição da Câmara Técnica de Conhecimento e Pesquisa.

A chefe da Floresta Nacional de Ipanema, Fabiana Bertoncini, mostrou, na abertura do workshop, o vasto campo para pesquisas e a complexidade desta unidade de conservação. Com 5.069,73 hectares, criada em maio de 1992, numa área de forte pressão antrópica, a Floresta Nacional de Ipanema guarda o maior fragmento de Mata Atlântica do planalto paulista (com predominância da floresta estacional semidecidual), áreas de cerrado e várzea, além dos ecossistemas associados. Explorada intensamente desde o século XVI, a unidade de conservação dispõe de vários campos a serem recuperados, incluindo degradações originadas por mineração, atividades agrícolas e invasões biológicas de taboa, leucena, ipê de jardim e capins.

Esse passado de explorações diversas também está registrado em sítios arqueológicos, como o de Afonso Sardinha, reconhecido como a primeira tentativa para fabricação de ferro em solo americano; e o sítio histórico-cultural da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, o primeiro empreendimento industrial do Brasil, que funcionou oficialmente entre 1811 e 1895, iniciando o trabalho livre no país e o ciclo de imigração européia. Uma área de 1.210,16 hectares está ocupada por trabalhadores rurais do Assentamento Ipanema - Área 1 e em seus limites concentram-se os maiores núcleos populacionais de Iperó e Araçoiaba da Serra - oito mil pessoas em George Oeterer, constituída por pessoas despejadas por diferentes municípios da região e seis mil pessoas em Araçoiabinha, com uma forte tradição cultural.

Essas comunidades, afastadas do centro de seus municípios, representam mais de um terço das populações de Iperó e Araçoiaba da Serra e estão sendo capacitadas para a monitoria ambiental, a produção artesanal e outros postos de trabalho, originados no Programa de Uso Público e no Subprograma de Coleta de Sementes e Produção de Mudas da Floresta Nacional de Ipanema.

Janette Gutierre
Flona de Ipanema
Ibama/SP

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