WWF-Brasil promove o engajamento da sociedade por meio da visitação em UCs

WWF - http://www.wwf.org.br - 23/09/2015
O Brasil é reconhecido como um país de inúmeras riquezas naturais. Essa diversidade de recursos é fundamental para a nossa existência e se faz notar no dia a dia dos brasileiros: na água que consumimos nas cidades, no ar que respiramos, na qualidade do solo em que cultivamos nossos alimentos e, também, nas nossas atividades de lazer ao ar livre. Mas, infelizmente, a cultura do brasileiro hoje não é a de valorizar e usufruir dos espaços naturais existentes.

Pesquisa apresentada por Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil, mostra que 87% da população vive em centros urbanos e não frequentam parques na sua cidade. O número foi apresentado no III Encontro do Borandá - Caminho da Mata Atlântica, que ocorreu na tarde de ontem (22), no VIII Congresso de Unidades de Conservação.

Como forma de motivar o país para desfrutar do patrimônio do qual tanto dependemos, o WWF-Brasil atua para a construção de trilhas de longo curso. A primeira experiência é na Mata Atlântica e conta com o movimento social para trazer o bioma para a vida das pessoas e as pessoas para o coração da Mata.

A iniciativa chama Borandá - neologismo usado para convidar as pessoas para fazerem parte dessa experiência - e busca promover atividades ao ar livre na região da Serra do Mar, por meio de três componentes: implementação de trilha, engajamento da sociedade e desenvolvimento de empreendimentos locais.

Do ponto de vista de conservação, o projeto visa ligar áreas protegidas existentes, gerando uma trilha de longo curso. Ao todo são mais de 2 mil km de trilhas, que perpassam quatro estados - Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro - e em torno de setenta unidades de conservação públicas e privadas.

Durante o evento, Anna Carolina Lobo alertou para a desvalorização dos parques brasileiros, que podem ser muito melhor explorados para o turismo, promovendo a conservação aliada à geração de renda. "Não tem conservação sem o apoio da população, por isso nossa proposta é profunda e importante, pois tem o intuito de provocar a mudança de cultura das pessoas, despertando o sentimento de pertencimento pela Mata Atlântica", afirmou.

O Brasil está em 1o lugar no ranking do Fórum Econômico Mundial no quesito Belezas Cênicas, entretanto, vem perdendo posições no ranking mundial de competitividade de turismo.

Dos quase 70 parques nacionais existentes no país, apenas 26 estão abertos à visitação e só 18 possuem infraestrutura satisfatória. Em 2012, esses parques tiveram 5,3 milhões de visitantes e arrecadaram menos de R$ 27 milhões com a venda de ingressos, sendo que pouco mais de 3 milhões de visitantes ocorrem somente nos Parques Nacionais da Tijuca e Iguaçu.

Os parques nacionais dos Estados Unidos, em 2008, receberam 275 milhões de visitas e obtiveram US$ 11,5 bilhões com o turismo. Os cinco maiores parques da África do Sul recebem ao ano 4,3 milhões de turistas. Lá, 75% do sistema de parques nacionais é mantido pelos recursos provenientes da visitação (incluindo concessões).

O estudo Contribuição das Unidades de Conservação Brasileiras para a Economia Nacional, produzido pelo Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente e pelo Ministério do Meio Ambiente em 2011, aponta que os parques existentes no país têm potencial de gerar até R$ 1,8 bilhão em visitação por ano, considerando as estimativas de fluxo de turistas esperadas - cerca de 13,7 milhões de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros - até 2016, ano das Olimpíadas.

Diante destes dados, "o país precisa aproveitar essa oportunidade e reconhecer as unidades de conservação como um grande atrativo do país, conciliando desenvolvimento com a conservação dos recursos naturais", concluiu Anna Carolina.



http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?48042/WWF-Brasil-promove-o-engajamento-da-sociedade-por-meio-da-visitao-em-UCs
UC:Geral

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