Uma equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) impediu que três empreendimentos continuassem desenvolvendo atividades turistas no Mosaico de Unidades de Conservação do Baixo Rio Negro, na região do município de Iranduba, na região metropolitana de Manaus.
Segundo informações do ICMBio divulgadas nesta terça-feira (10), os empreendimentos estariam iniciando atividades de alimentação a botos vermelho nas Unidades de Conservação estaduais Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro e Área de Proteção Ambiental da margem direita do rio Negro em Paduari-Solimões.
A fiscalização também teve a participação do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC) e do Batalhão de Polícia Ambiental do Amazonas.
O analista ambiental Marcelo Vidal, coordenador do projeto de ordenamento do turismo com boto vermelho na bacia do rio Negro disse que um dos empreendimentos é um flutuante localizado nas proximidades do encontro das águas. Segundo Vidal, o proprietário vinha atraindo botos por meio da oferta de peixes a partir de uma plataforma do flutuante.
Outro empreendimento, também flutuante, ficava localizado nas proximidades da Cachoeira do Castanho, onde o proprietário usada a mesma técnica.
O terceiro empreendimento era um bar/restaurante localizado nas proximidades do lago do Acajatuba, onde, segundo denúncias, vinha sendo oferecido peixes aos botos a partir da praia.
"A intenção é atrair os animais por meio do oferecimento de peixes, de modo a torná-los habituados a buscarem o alimento oferecido pelos humanos", explicou Vidal ao portal acritica.com.
Ele afirmou que os proprietários dos empreendimentos visitados pela equipe foram orientados a cessar as atividades de alimentação aos animais.
Normas
É que desde agosto de 2010 somente os empreendimentos já existentes estão autorizados pelos órgãos competentes a desenvolver este tipo de turismo envolvendo os mamíferos aquáticos.
Os empreendimentos autorizados são Flutuante dos botos, situado no Parque Nacional de Anavilhanas; Flutuante Recanto do Boto, situado na RDS do Rio Negro; Flutuante do David, situado na APA da Margem Direita do Rio Negro - Setor Paduari/Solimões; Hotel Ariaú, situado na APA da Margem Direita do Rio Negro - Setor Paduari/Solimões; e Flutuante do Cristóvão, situado na APA da Margem Esquerda do Rio Negro - setor Tarumã-açú/Tarumã-mirim.
Segundo Vidal explica que estes empreendimentos estão autorizados porque seus funcionários vêm participando de uma série de cursos (Ecologia Amazônica, Biologia e Conservação de Cetáceos, Turismo Sustentável) e cumprindo as normas de ordenamento do turismo com botos que são monitoradas pelo Cepam e CEUC.
Dentre as principais mudanças implementadas no modelo de turismo com botos está o fato de somente funcionários dos empreendimentos poderem alimentar os botos, em horários pré-determinados, e em uma quantidade máxima diária de dois quilos de peixe para cada indivíduo, valor equivalente a cerca de 10% da quantidade normalmente capturada por um boto na natureza.
Alimentos
Para Klebson Demelas, analista ambiental do CEUC, as mudanças que estão sendo desenvolvidas permitem o oferecimento de um melhor serviço aos turistas e o devido respeito às normas ambientais.
Ele explica que anteriormente ao ordenamento, era comum a oferta de alimentos em quantidade e qualidade inadequadas aos cetáceos, além da ausência do monitoramento dos impactos deste tipo de interação envolvendo mamíferos aquáticos e turistas.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-ICMBio-Ceuc-turistica-conservacao-Amazonas_0_625137517.html
Biodiversidade:Fauna
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