ICMBio combate crimes ambientais em Unidades de Conservação

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 14/10/2014
Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveram no mês de setembro uma operação para combater crimes contra a fauna e a flora nas Zonas de Visitação e Zona de Conservação da Vida Marinha do Peixe Boi, na Reserva Biológica (Rebio) Saltinho (PE) e na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais (PE/AL), respectivamente. As ações aconteceram entre os dias 17 e 26.

A operação foi batizada de "Vento Forte" e durante dez dias uma equipe de fiscalização visitou todos os municípios que compõem a APA e o entorno da Rebio para identificar as irregularidades e autuar ou notificar os responsáveis. Na ocasião, foram gerados 16 autos de infração e três notificações, totalizando um valor de R$ 145 mil em multas.

Próximo à Reserva Biológica de Saltinho foram flagradas e autuadas cinco pessoas com pássaros, que mantinham a espécime em cativeiro e não possuíam licenciamento ambiental dos animais. Cada um dos autuados recebeu multa de mil reais e pode responder processo criminal na justiça.

Já na APA Costa dos Corais, agentes de fiscalização se passaram por turistas e flagraram irregularidades na Zona de Visitação em Maragogi (AL). A ação teve como foco principal a identificação das pessoas que trabalham com fotografia subaquática e oferecem comida aos peixes. Cinco prestadores de serviço foram autuados, receberam multas que variam entre R$ 500 a R$ 10 mil, tiveram câmeras apreendidas e as atividades suspensas por 15 dias.

Alimentar os peixes, embora possa parecer uma ação inofensiva, promove conflito na comunidade de peixes recifais. De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), Caroline Vieira, a oferta de alimento promove um impacto ecológico negativo na comunidade de peixes recifais, favorecendo o acréscimo em abundância de umas poucas espécies e alterando a estrutura da comunidade.

O analista ambiental, Eduardo Almeida, ainda lembra que "os recifes formam um ecossistema de alta biodiversidade, mas de baixa resiliência, ou seja, têm dificuldade em retornar as condições originais. As pessoas que fazem uso deste artifício para atrair os turistas e vender mais fotos, estão dando um "tiro no pé", pois a qualidade do ambiente fica ameaçada" alertou Almeida.

Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais

A Área de Proteção Ambiental (APA) da Costa dos Corais é uma das 313 Unidades de Conservação Federal administradas pelo ICMBio. Foi criada por Decreto Federal em 23 de outubro de 1997, Ano Internacional dos Recifes de Corais. Sua área territorial de aproximadamente 413 mil hectares se estende ao longo da linha de costa de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, até Paripueira, em Alagoas, englobando as zonas de Mangue e seus estuários. Em direção ao mar aberto (cerca de 30 km), seus limites vão até a quebra da plataforma continental, região também conhecida como talude ou "paredes".

Nesta região se encontram as maiores extensões de recifes de coral costeiros do país. A presença desses ambientes propicia a ocorrência de uma grande diversidade biológica, representada por algas, corais, peixes, crustáceos, moluscos e outros seres, como o peixe-boi marinho, o mero e tartarugas marinhas, espécies ameaçadas de extinção.

Reserva Biológica Saltinho

A Reserva Biológica (Rebio) Saltinho, também administrada pelo ICMBio, está localizada nos municípios de Rio Formoso (PE) e Tamandaré (PE). Foi criada em 21 de setembro de 1983, possui cerca de 550 hectares de um dos últimos remanescentes de Floresta Atlântica do Estado de Pernambuco e abriga espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.

A paisagem da região aonde se localiza a Rebio é composta por zonas florestais, zonas de tabuleiros, restingas e mangue. Quanto à fauna, podem-se encontrar algumas espécies ameaçadas, a exemplo do Beija-flor-das-costa-violetas (Thalurania watertonii), do Gato-do-mato (Leopardus tigrinus), do Besourão-de-bico-grande (Phaethornis ochraceiventris camargoie) e do Sabiazinha (Conopophaga lineata).



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