Ação ocorreu no entorno de mosaico de UCs federais
Brasília (07/12/2015) - Uma operação conjunta do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Policia Ambiental de Roraima (Cipa) resgatou 111 tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) adultas que estavam com uma quadrilha de traficantes na região do Baixo Rio Branco (RR), no entorno do mosaico de unidades de conservação federais na região.
A ação, coordenada pelo ICMBio e encerrada neste fim de semana, contou com a participação de recursos humanos e materiais da gestão integrada dos parques nacionais do Viruá e Serra da Mocidade, das estações ecológica de Niquiá e Caracaraí e da Floresta Nacional do Anauá, além de policiais militares da Cipa.
Os animais foram encontrados em dois locais do rio Paraná do Capiranga, afluente do rio Branco, próximos à boca do rio Água Boa do Univini. Segundo o técnico Samuel Rodrigues, integrante da operação, as tartarugas estavam imobilizadas, viradas com o casco para baixo, e seriam levadas pelos traficantes para venda na cidade.
Arrastão
"Eles agora estão usando uma técnica nova que é o arrastão, uma rede de malha grossa, que usam para cercar os grupos de tartarugas com a ajuda de um barco. Nessa época, as fêmeas se reúnem para assoalhar (tomar sol), próximo às praias de desova. Quando elas estão na superfície da água, o chamado boiador, os traficantes as cercam e as capturam", explicou Rodrigues.
De acordo com o cabo Valdecir, da Cipa, as tartarugas estavam sendo capturadas há quatro dias pelos traficantes. "Felizmente, elas passaram pouco tempo em poder da quadrilha. Quando elas passam muito tempo fora da água, os cascos ressecam e elas demoram mais tempo pra conseguir afundar. Dessa vez, elas afundaram rapidamente ao serem devolvidas", disse o policial militar. Segundo ele, as maiores chegavam a medir 70 cm e a pesar até 60 kg.
Devolvidas ao rio
Na operação, foram apreendidos 70 metros de rede de captura (arrastão). Todas as tartarugas foram devolvidas ao rio. As ações conjuntas de fiscalização seguem até o fim do verão, período de estiagem na região, quando as tartarugas se tornam mais vulneráveis à ação de traficantes, por se deslocarem em grupos para desova nas praias de areia, que servem como tabuleiros de reprodução para milhares de animais.
Segundo a coordenadora regional do ICMBio, Keuris Silva, o trabalho em parceria entre as unidades de conservação da região e outros órgãos ambientais tem sido fundamental para viabilizar as ações de proteção na região do Baixo rio Branco. "Nos últimos anos, as operações têm tido crescente sucesso graças à união de esforços entre os vários parceiros, numa soma de recursos humanos, físicos e financeiros cujo resultado tem sido o resgate de centenas de tartarugas que poderão seguir povoando o rio Branco", relatou.
UC:Geral
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