Vinte e quatro áreas protegidas de Rondônia, entre unidades de conservação e terras indígenas, foram alvo de desmatamento nos últimos dias. Somente na semana passada o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) emitiu 51 notas de alerta às autoridades rondonienses registrando a ocorrência de desmatamentos em áreas protegidas. O Sipam registrou ocorrências em oito unidades de conservação estaduais, em seis federais e em dez terras indígenas do estado.
Cada documento corresponde a uma nova área desmatada, locais onde ainda havia cobertura vegetal nas imagens de satélite do último relatório do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE) divulgado pelo Sipam. As imagens indicam que as aberturas na floresta ocorreram entre o segundo semestre de 2008 e meados de agosto de 2009. A devastação colocou em risco áreas onde se deveria zelar pela proteção ambiental.
A Reserva Extrativista Estadual Rio Jaci-Paraná, em Porto Velho, foi a unidade com maior número de alertas emitidos. O Sipam expediu seis notas e registrou desde pequenos desmatamentos - de três hectares, a maiores, de mais de 100 hectares. Nas imagens é perceptível o avanço da abertura de linhas dentro da reserva. A unidade de conservação estadual é líder em desmatamento - até agora 40 mil hectares já alterados (22% de sua área total).
Outras unidades estaduais enfocadas foram a Esec Serra dos Três Irmãos, FERS Mutum, FERS Rio Madeira B, FERS Tucano, Resex Ipê, Resex Rio Preto-Jacundá e Resex Rio Pacaás Novos. Nas reservas federais foram registradas pequenas aberturas na Flona Jacundá, PARNA Campos Amazônicos, PARNA Serra da Cutia, Resex Lago do Cuniã, Resex Rio Cautário e Resex Rio Ouro Preto.
Dez Terras Indígenas também receberam alertas. Para a TI Roosevelt, em Espigão D'Oeste, foram quatro notificações de desmatamentos, perfazendo 75 hectares. Ao todo, a reserva possui mais 7 mil hectares já. Já a TI Igarapé Lage, que não registrara nenhum foco em 2008, apresentou agora pequenos desmatamentos agrupados em quatro notas de alerta. As terras indígenas Sete de Setembro, Igarapé Lourdes, Igarapé Ribeirão, Karipuna, Rio Branco, Tubarão Latunde, Uru Eu Wau Wau e Guaporé também foram alvo de alertas.
Ação que minimiza danos
Segundo o relatório do Sipam, é bastante significativo o número de áreas de conservação atingidas pelos desmatamentos, uma vez que Rondônia tem um total de 75 áreas protegidas, entre terras indígenas e unidades de conservação. Janete Rodrigues, chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto do Sipam, destaca que a maioria dos alertas se refere a pequenos desmatamentos. "Fomos bem minuciosos, destacando tudo o que era visualizado, até pequenas áreas menores que um hectare", explica. Para o gerente regional, José Neumar da Silveira, é justamente essa a vantagem do trabalho. "Flagramos o princípio da abertura da mata, quando os órgãos responsáveis ainda podem coibir o ilícito", conclui.
Os alertas foram enviados à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministérios Públicos Federal e Estadual, Polícia Federal e Batalhão da Polícia Ambiental.
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