Promovido no Brasil desde 1996, o prêmio tem como objetivo incentivar o trabalho de ecologistas e entidades que desenvolvem iniciativas inovadoras para promover a consciência ambiental e o uso sustentado dos recursos naturais do país.
Os vencedores de 2011 foram: Aldeci Cerqueira Maia, pelo trabalho em defesa dos seringueiros no Acre (categoria Conquista Individual), o Centro de Educação Popular e Formação Social, pelo desenvolvimento da agricultura familiar no semiárido (Negócios em Conservação), o Colégio Santa Catarina, pelas ações de preservação do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul (Meio Ambiente nas Escolas) e Desiree Cristine Ramos, pelo sistema inovador de tratamento e reuso de efluentes da lavagem de automóveis (Ciência e Formação de Recursos Humanos).
Na categoria Fornecedor, a vencedora foi a empresa Elring Klinger do Brasil e na categoria Distribuidor os contemplados foram a Universal (Caminhões) e Avante Veículos (Automóveis).
Seringueiros no Acre
Aldeci Cerqueira Maia foi o vencedor na categoria Conquista Individual pelo trabalho de mobilização comunitária para a criação da Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema, no Acre. Mais conhecido como Nenzinho, ele participou ativamente do movimento seringueiro do Acre, ao lado de Chico Mendes, Marina Silva e outros. Foi responsável pela organização das comunidades de seringueiros na região de Sena Madureira, no início dos anos 90, para a criação da que hoje é a quinta maior reserva extrativista do Brasil, preservando mais de 750 mil hectares de Floresta Amazônica.
Nenzinho foi ganhador dos prêmios Chico Mendes (Ministério do Meio Ambiente), Rodrigo Melo Franco de Andrade (Ministério da Cultura) e Histórias de Sucesso (Sebrae). Todo o valor recebido nessas premiações foi investido na Reserva, que em 2012 completa dez anos e melhorou a vida das 330 famílias que vivem no local.
Agricultura no semiárido
O Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) venceu na categoria Negócios em Conservação com o projeto "Adaptação às Mudanças Climáticas para Convivência com o Semiárido" de desenvolvimento da agricultura familiar.
O projeto produz e difunde tecnologias e estratégias viáveis para a convivência dos agricultores com a realidade ambiental do semiárido, criando oportunidades e soluções para os desafios comuns da região. Dessa forma, as populações locais são motivadas a se desenvolver sem migrar.
Entre seus principais resultados incluem-se a capacitação de 5.790 pessoas para o armazenamento de mais de 15 milhões de litros de água potável, com a construção de 965 cisternas, a criação de 30 bancos comunitários de sementes com capacidade para armazenar cerca de 42 toneladas e o incentivo ao reflorestamento e recuperação de áreas ambientalmente degradadas por meio do cultivo e distribuição de mais de 7 mil mudas frutíferas e florestais.
Preservação do rio
O Colégio Santa Catarina, de Novo Hamburgo, venceu na categoria Meio Ambiente nas Escolas com o Grupo de Intervenção Socioambiental (Gisa), que desenvolve planos de ação em benefício da qualidade das águas do Rio dos Sinos e seus afluentes, que abastecem a área metropolitana do Rio Grande do Sul.
Seus objetivos são desenvolver a observação e a pesquisa de alunos, estimular o senso crítico em relação às questões ambientais e incentivar a participação e o trabalho na busca de soluções para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Suas ações incluíram o engajamento de mais de 13 mil pessoas em atividades como plantio de árvores, exposição artística, distribuição de panfletos e concurso fotográfico, diagnóstico da população ribeirinha e criação de comunicação alternativa com mensagens de SMS.
Reuso de água da lavagem de automóveis
Desiree Cristine Ramos venceu na categoria Ciência e Formação de Recursos Humanos com o projeto de tratamento e reuso de efluentes da lavagem de automóveis, usando a tecnologia de eletrocoagulação, pioneira nesse tipo de aplicação, a fim de minimizar o impacto ambiental da atividade.
O processo eletroquímico compacto trata o efluente proveniente da lavagem de automóveis para reuso da água nas próximas lavagens, sem a adição de produtos quimicos. A redução no consumo de água chega a 70%. Os resultados do tratamento foram verificados e aprovados em testes de laboratórios parceiros do Inmetro.
O grande diferencial do produto é o tamanho reduzido em relação aos sistemas de tratamento convencionais. O proprietário do empreendimento pode adquirir a máquina ou apenas contratar o serviço de tratamento do efluente. Dessa forma, as máquinas podem ser itinerantes ou fixas, dependendo da demanda e necessidade de uso.
http://www.coisasdeagora.com.br/noticias.asp?id=2863
Movimento Socioambiental
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