Dois fragmentos de floresta que abrigam igarapés situados dentro de uma das mais importantes Áreas de Proteção Ambiental (APA) de Manaus, no Corredor Ecológico da Amazônia Central , partes do projeto Reserva da Biosfera, da Unesco, estão ameaçados pela expansão "silenciosa" do Distrito Industrial e do mercado imobiliário para o bairro do Tarumã, na Zona Oeste.
Enquanto no entorno do Corredor Ecológico das Cachoeiras do Tarumã mais de 23 hectares de área verde foram desmatados nos últimos anos, o Corredor Ecológico do Igarapé Água Branca já perdeu cinco mil metros quadrados de floresta de seu entorno nos últimos meses. Isso só com a implantação de uma fábrica de asfalto a cerca de 200 metros do leito do igarapé, em uma área cercada de nascentes.
O alerta é da presidente da Associação dos Moradores da rua Caravele (Amoc), Juliana Mitoso, que denuncia o desmatamento acelerado de todo o bairro, promovido pela instalação de indústrias que vão do ramo de cosméticos a asfaltos e a construção de condomínios residenciais.
"A cidade está se expandindo e isso é natural, mas o Distrito Industrial está fazendo uma expansão silenciosa para o Tarumã, e essa situação nos preocupa, principalmente no entorno desses dois redutos da vida silvestre, preservado há tanto tempo", esclareceu.
De acordo com Mitoso, nos últimos dois anos dezenas de indústrias ou empresas construíram galpões no bairro. A maioria delas ao longo da avenida do Turismo, que vai desde a praia da Ponta Negra até a avenida Torquato Tapajós, nas proximidades da avenida Grande Circular 2, no Santa Etelvina, Zona Norte.
"Bem em frente ao parque da Cachoeira Alta foi construído o Pólo Industrial Moveleiro. As fábricas já estão em quase toda a extensão da avenida do Turismo, da Torquato Tapajós até a (estada da) Vivenda. Do aeroporto até a Ponta Negra tudo já foi loteado para condomínios residenciais", detalhou.
Sem identificação
Uma das obras que compromete a vida silvestre e o meio ambiente no entorno do Igarapé Água Branca é a instalação de uma fábrica de asfalto sem identificação na rua Caravele, contou Mitoso. Na mesma rua, também está se instalando uma fábrica mexicana de cosméticos.
De acordo com ela, a fábrica de asfalto comprou o terreno do terreiro de umbanda Urubatan da Guia, fundado há 84 anos, e derrubou toda a vegetação, incluindo um Pau Brasil.
No último fim de semana, o maquinário da usina de asfalto foi levado para o local, em dois dias de trabalho ininterrupto.
"O que nos preocupa é que os resíduos da fábrica de asfalto são espalhados pela fuligem, pelo ar, e contaminam todo o ambiente ao redor. Sem falar que essa obra não tem licença ambiental".
http://acritica.uol.com.br/manaus/Expansao-industrial-imobiliaria-deixa-ameaca_0_482351810.html
Amazônia:Desmatamento
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