A criação de uma área de preservação permanente (APA) para proteger a baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, ainda depende de estudos técnicos, mesmo após anúncio feito pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que a região se tornaria zona de proteção marinha até o final do ano.
A baía é ameaçada pela especulação imobiliária, por derramamento de petróleo de navios e pelo tráfego de transatlânticos e outras embarcações de grande porte. Segundo Minc, a audiência pública para apresentar os estudos deve ocorrer em outubro, apesar de ainda não haver estudos finalizados sobre a proposta.
No dia 16, uma audiência na Câmara dos Vereadores de Angra dos Reis (RJ) debateu denúncias enviadas ao Ministério Público sobre o despejo de esgoto e outros poluentes, e o excesso de transatlânticos no porto da cidade, onde aportam navios que passam pela região.
"Alguns transatlânticos chegam ao porto com até 2 mil pessoas. O impacto que isso traz para cidade e a região é inquestionável. Se chegam quatro desses navios, são 8 mil pessoas em um dia", diz Luiz Firmino, secretário executivo da Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
"Nossa intenção é inserir essas questões todas no plano de manejo e no estudo sobre os impactos da área, para assim conseguirmos algum tipo de controle sobre essas atividades", conclui Firmino.
Riscos de derramamento
Uma das preocupações da secretaria é o aumento do trânsito de embarcações com o início da exploração do pré-sal. "O porto de Angra dos Reis é usado como apoio para atividades do pré-sal. A ideia de criar uma APA é nos adiantarmos e criarmos regras para evitarmos possíveis acidentes, e sobrecarga no ecossistema local. Uma das atividades que devemos monitorar é a de transferência de óleo entre navios".
A baia já sofreu dois acidentes envolvendo derramamento de petróleo de navios danificados. Em 2001, o navio Princess Marino derramou 715 litros no mar de Angra dos Reis. Em 2002, o navio Brotas derramou 16 mil litros de petróleo leve na baía de Ilha Grande. Os vazamentos foram provocados por corrosão no casco do navio.
Segundo a Petrobras, a Transpetro é a responsável pelas atividades na baía de Ilha Grande e Angra dos Reis. A assessoria da Transpetro afirma que não realiza reparos nem manutenção de navios dentro da baía de Ilha Grande. A companhia garante que todas as suas operações obedecem a rígidos padrões de segurança.
Parque Estadual da Ilha Grande
O Parque Estadual da Ilha Grande (Peig) é o segundo maior parque insular do Brasil, abrangendo mais da metade da área da Ilha Grande, na Costa Verde, no litoral sul fluminense. A importância do seu ecossistema fez com que a ilha fosse reconhecida pela Unesco como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em 1992.
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/09/estudo-analisa-se-baia-da-ilha-grande-rj-pode-virar-area-de-protecao.html
UC:APA
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