Flona de Chapecó inicia venda de pinus

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 21/03/2013
A Floresta Nacional (Flona) de Chapecó, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Santa Catarina, promoveu nesta semana concorrência pública para a exploração de pinus na unidade. Inicialmente, foi licitada uma área de 22 hectares, em três lotes que correspondem a três talhões distintos, com um volume estimado em 16.552,88 m³ de madeira. A venda desse material gerará uma arrecadação de R$ 1,6 milhão.

O processo foi viabilizado pela Divisão de Negócios Florestais, da Comissão Permanente de Licitação do ICMBio, e pela equipe da Flona. Como se trata de um volume considerável de madeira, cada lote foi adquirido por uma empresa diferente. Essas áreas, segundo o plano de manejo, são destinadas à regeneração de mata nativa e implementação da zona de uso especial.

Os plantios de pinus começam a ser explorados, por meio da venda da madeira em pé, em sistema de corte raso, depois de quase uma década sem manejo. A Flona Chapecó possui 404 hectares de pinus plantados, correspondendo a 31% da área da unidade de conservação (UC), num volume total estimado em 281.110 m³ de madeira.

Plantios vem da década de 60

Os plantios foram feitos na década de 1960 por orientação do extinto INP (Instituto Nacional do Pinho). Passado esse tempo, o uso da madeira já não é mais significativo e houve perdas devido à mortalidade de árvores, o que justifica tecnicamente a urgência na exploração. Além disso, mudanças nas políticas públicas nas últimas décadas resultaram na alteração da missão institucional da Flona, criada com objetivo de difusão do pinus.

Na época, quando o INP e, posteriormente, o IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), faziam a gestão da área, a produção madeireira era o foco da UC. O plantio de pinus foi, então, adotado como uma alternativa à exploração desenfreada da araucária. Agora, com o ICMBio e as novas regras criadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), o objetivo da Flona passou a ser o manejo florestal sustentável, preferencialmente com espécies nativas.

Esse cenário impôs à unidade forte pressão da sociedade local para substituir os plantios de pinus, já que 60% de sua área é de mata nativa, compondo os maiores fragmentos florestais remanescentes da região. Nesse contexto, o plano de manejo, em processo de homologação, prevê a reforma desses plantios para ajustá-los aos objetivos atuais da UC.

Segundo a chefia da unidade, a área da Flona de Chapecó ainda não reflete a contento sua missão atual. Por isso, essa venda de pinus se reveste de grande importância, inaugurando um novo momento na implemntação da unidade.



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