O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, anunciou que, até janeiro, o município deverá receber uma Unidade de Polícia Ambiental. Sua implantação tem como objetivo combater crimes ambientais no entorno do Parque Estadual do Cunhambebe.
O anúncio foi feito durante uma blitz realizada nesta terça-feira pela Secretaria Estadual do Ambiente (SEA). A operação - promovida pela Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) com apoio de policiais de Unidade de Polícia Ambiental (Upam) e do Grupamento Aéreo Móvel da Polícia Militar (GAM) - terminou com saldo positivo: cinco fornos clandestinos de carvão dinamitados, um jirau para caçadores destruído, farto material de caça apreendido e uma pessoa detida.
Segundo informações da SEA, durante a operação, foram encontrados sete fornos ilegais de carvão e um jirau para caça de pequenos mamíferos e roedores, como tatu, quati e paca. Cinco dos fornos estavam ativos e foram destruídos à dinamite. O jirau também foi destruído.
Ainda de acordo com estimativa da Secretaria, cada um dos cinco fornos ativos produzia cerca de 200 quilos de carvão por mês, totalizando uma tonelada de carvão. Para se produzir um quilo de carvão, eram necessários até cinco quilos de madeira nativa, o que contribuía para desmatamentos de Mata Atlântica na região.
"Eles [fornos] literalmente transformam a Mata Atlântica em carvão. Os dois que estavam desativados estavam em áreas em que a Mata Atlântica já havia sido toda destruída. Cada forno desses faz 150 quilos [de carvão] por semana. Para fazer mil quilos, são necessários 5 mil quilos de árvore [madeira]. A destruição era grande", comentou Minc.
Um homem de 75 anos que, segundo os agentes, participava da operação dos fornos de carvão - e vendia cada saco por R$ 15 -, foi detido e conduzido para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Foram apreendidos com ele uma espingarda, munição, dois trabucos e materiais para caça.
A blitz foi executada próximo ao local onde o ambientalista espanhol Gonzalo Alonso Hernández foi assassinado no início do mês passado. Segundo o secretário, as ações em Rio Claro continuarão até que sejam presos os organizadores da operação ilegal de produção de carvão no município. "Temos um coletânea de crimes ambientais, como a posse ilegal de armas, produção ilegal de carvão, desmatamento e caça. Vamos investigar para onde está indo esse carvão, pegar esse esquema. As pessoas compram de boa fé no supermercado um carvão que vem da Mata Atlântica. O caso vai ser encaminhando para a DPMA, e será aberta uma investigação nas distribuidoras de carvão do estado", completou o coordenador da Cicca, coronel José Maurício Padrone.
Para Minc, esta última blitz é só o começo das ações para destruir o esquema de caça e produção ilegal do carvão na região. "Não nos interessa pegar apenas um peão, um membro da gangue. Queremos pegar o circuito da Kombi que levava toda semana cem, duzentos quilos de carvão para serem comercializados. Existe todo um esquema ilegal. É um trabalho de formiguinha, que destrói madeiras nobres e ameaça a extinção da fauna da Mata Atlântica", concluiu.
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