A criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) "Campo das Mangabas" foi aprovada durante Consulta Pública que aconteceu no final de setembro, no município de Maracanã, nordeste do Pará, reunindo cerca de 200 pessoas das comunidades que serão atingidas pela medida.
Durante o evento, a prefeita de Maracanã, Raimunda Araújo, destacou a importância da Consulta Pública. "Estamos aqui reunidos para verificar, a partir da Consulta, se a criação da Reserva beneficiará o nosso município e a nossa comunidade. Por isso considero esse um momento importantíssimo", ressaltou.
A comunitária Erinilde Monteiro, da Associação dos Pescadores de Aricuru, também falou sobre a criação da Unidade. "Peço a todos que prestem bastante atenção no que será dito aqui para que a Consulta seja bem sucedida. Se o povo quiser essa criação, ela vai acontecer", disse.
O diretor de Áreas Protegidas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Crisomar Lobato, apresentou o estudo técnico realizado desde 2007 para a criação da Reserva. O objetivo da criação da Unidade é preservar o ecossistema diferenciado da área denominada Campo das Mangabas, que é uma das principais fontes de renda da comunidade local.
A Unidade de Conservação a ser criada terá extensão de 7.408 hectares, envolvendo o Campo das Mangabas e parte de seu entorno, onde estão localizadas as comunidades de Aricuru, São Tomé, Espírito Santo, São Sebastião do Itaquerê, Vista Alegre, Beira Mar, Nova Brasília, Passagem, Campo Alegre e Martins Pinheiro. Os estudos técnicos apresentados pela Coordenadoria de Ecossistemas da Sema constatam a existência desse tipo de ecossistema em apenas três, dos 144 municípios do Pará (Salvaterra, Ponta de Pedras e Maracanã).
A criação da Unidade também é uma reivindicação das comunidades locais, com o intuito de proteger o ecossistema e evitar as ações predatórias que ocorrem na região, como a extração ilegal de seixo, areia, barro e o loteamento irregular dos terrenos, onde são encontrados frutos como a mangaba e o bacuri, fontes de alimento e renda da população local. Os "posseiros" desas áreas impedem a coleta e venda dos frutos, o que tem provocado diversos conflitos.
Outra questão que tem colocado em risco o ecossistema do local é a grande ocorrência de queimadas, que provocam a destruição gradativa do Campo das Mangabas, com consequências danosas para a flora, fauna e para as famílias residentes na região.
Após os esclarecimentos sobre a criação da Unidade e respostas a todas as perguntas dos comunitários, a criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável foi votada e aprovada. A Lei de criação da Unidade de Conservação será sancionada pelo governador Simão Jatene, em data ainda a ser definida. A partir da criação, o Plano de Manejo estabelecerá o zoneamento, as normas e as regras que devem orientar o uso da área e o manejo sustentável dos recursos naturais.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável pertence ao grupo de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e tem como objetivo básico, segundo a Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, preservar a natureza e ao mesmo tempo assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais.
http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=136712
UC:RDS
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