Equipes discutem resultados e ações do Manejo Integrado do Fogo

Apresentar os primeiros resultados do projeto piloto de Manejo Integrado do Fogo (MIF) e traçar adequações e novas metas de trabalho é objetivo da Segunda Oficina de Manejo Integrado do Fogo de 2014. O evento está acontecendo nesta segunda e terça-feira, 03 e 04 respectivamente, em Palmas. No encontro estão reunidos técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (Semades), Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), IBAMA, Defesa Civil, Instituto Chico Mendes (ICMBio), GIZ (Agência de Cooperação Técnica da Alemanha), Ruraltins e Ministério do Meio Ambiente.

A oficina faz parte do cronograma do projeto, que teve início com o Whorkshop de Manejo Integrado do Fogo, realizado em 2013. Já este ano, uma equipe técnica pode acompanhar, por meio de uma visita técnica à Austrália, como o MIF é trabalhado em comunidades tradicionais e assim implantá-lo no Brasil. O projeto piloto foi desenvolvido nos parques Nacional da Chapada das Mesas, Nacional da Serra Geral e Estadual do Jalapão.

O diretor de Meio Ambiente e Florestas da Semades, Rubens Brito, explicou que as queimadas são ações tradicionais pelas comunidades que habitam o bioma do Cerrado. Segundo ele, uma maneira cultural de renovação de pastagem e até de acesso aos animais de caça. Com o Manejo Integrado do Fogo a intenção é minimizar o impacto e a intensidade dessas queimadas, delimitar áreas de proteção e diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera. "Nossa primeira ação é coibir e diminuir as queimadas, mas em locais onde ela já faz parte da cultura, o MIF vem como um instrumento de controle. O próprio Naturatins não autoriza queimadas no período de estiagem, de julho a outubro e com o manejo integrado buscamos que as queimadas sejam feitas em condições de segurança, com menor intensidade do fogo e nos meses corretos", disse.

Rejane Ferreina Nunes, gerente do Parque Estadual do Jalapão, pontuou que as experiências na zona piloto foram positivas. Atualmente 95 famílias utilizam e vivem na área do parque, que foi divido em zonas e calendário de queimas, de acordo com o planejamento feito com a própria comunidade. "A aceitação foi muito boa, trouxemos a comunidade para a brigada. Promovemos uma interação entre técnicos e moradores para discutirmos uma nova forma de utilizar o fogo. Mesmo assim, ainda precisamos de mais informações, investir em pesquisas", destacou. Segundo dados apresentados pela gerente, na zona piloto a vegetação foi protegida, diferente das outras zonas onde 43% do parque foi queimado até o mês de outubro, a maior quantidade de área atingida em 30 anos.

Entenda como funciona o MIF

O Manejo Integrado do Fogo aponta que as queimadas sejam feitas fora dos meses de julho a outubro, época de estiagem, onde a biomassa do Cerrado está mais seca e a precipitação de chuvas é menor. Neste período a intensidade do fogo é maior e as condições de para que as queimadas se tornem um grande incêndio são mais propícias. O MIF incentiva que seja praticada a queima prescrita, realizada durante os meses de maio a junho, período onde a biomassa ainda está verde, o fogo é menos intenso e as condições de recuperação das plantas é melhor e mais rápida. Lembrando que toda queimada deve ser informada e autorizada pelo Naturatins e acompanhada pelas equipes técnicas, com condições de segurança para a comunidade e o meio ambiente.



http://semades.to.gov.br/noticia/equipes-discutem-resultados-e-acoes-do-manejo-integrado-do-fogo/1586

Unidades de Conservação relacionadas

• UC Serra Geral (PARNA)
• UC Jalapão
• UC Chapada das Mesas

 

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