A agricultura familiar da Área de Proteção Ambiental (APA) Nascentes do Rio Vermelho (GO) está envelhecendo. Com poucos atrativos econômicos na região, os jovens estão saindo dos assentamentos de Mambaí, no estado de Goiás. Para mudar as perspectivas de futuro desta população, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está apoiando o projeto "Agroflorestas do Cerrado: alternativa econômica e conservação da sociobiodiversidade no nordeste goiano", que incentiva a agricultura familiar dentro da Unidade de Conservação (UC).
O projeto surgiu como uma fonte de renda e de esperança para as famílias que vivem na região. "As pessoas aqui passavam o dia sem ter muito o que fazer. Hoje eles plantam, colhem, comem e ainda vendem o que produzem", contou o vice-presidente da Associação de Agricultores do Assentamento do Atoleiro, João Paulo Vieira da Silva.
Essa é uma proposta que dissemina conceitos e técnicas agroflorestais como forma de fortalecer os assentamentos. Pelo projeto, as famílias assentadas na Unidade de Conservação aprendem os conceitos e técnicas básicas dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), como a cobertura do solo, a extratificação florestal e a diversidade biológica. Elas recebem também os insumos necessários para o plantio como sementes, mudas e adubo.
"Todos estes benefícios acabam se pulverizando para além do assentamento contemplado, pois os agricultores influenciam seus parentes, amigos, as escolas visitam as áreas, disseminando os conhecimentos e práticas para outras comunidades", contou Eduardo Barroso, um dos idealizadores do projeto e chefe-substituto da Área de Proteção Ambiental Nascentes do Rio Vermelho.
Para os agricultores da APA que possuem lotes pequenos com terra fraca e pouca água, o projeto trouxe a possibilidade de plantar com qualidade. "O material orgânico trazido pela equipe do projeto me ajuda muito. Hoje eu planto milho, mandioca, cana-de-açúcar", comemorou o agricultor Rosalino Ribeiro.
Entre as vantagens oferecidas à natureza pelo projeto estão a recuperação de áreas degradadas, criação de novos corredores ecológicos, recuperação da umidade do solo e da infiltração da água da chuva, combate a erosão do solo, recuperação de nascentes, regulação do micro-clima e prevenção de incêndios florestais.
O projeto
O projeto "Agroflorestas do Cerrado: alternativa econômica e conservação da sociobiodiversidade no nordeste goiano" surgiu a partir do contato do ICMBio com os Projetos de Assentamentos localizados dentro da APA Nascentes do Rio Vermelho e de um diagnóstico simplificado realizado pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB/CDS).
A partir deste diagnóstico, uma série de iniciativas se desenvolveram para fortalecer a agricultura familiar dentro da APA. O próximo passo foi estabelecer uma estratégia para focar em uma comunidade pequena, para as soluções serem testadas e, se for o caso, expandidas para o entorno da UC.
A proposta é patrocinada pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS) do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), em que a Associação Atoleiro inscreveu e aprovou o projeto "Agroflorestas do Cerrado".
Sobre a Unidade de Conservação
A APA Nascentes do Rio Vermelho foi criada em 2001 para proteger o patrimônio espeleológico composto por mais de 150 cavernas já catalogadas, dentre elas as maiores do estado de Goiás, além de gerar alternativas socioeconômicas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais da região, seja por meio do ecoturismo ou da agroecologia.
A UC abrange os municípios de Mambaí, Damianópolis, Buritinópolis e Posse, no Estado de Goiás. Nela, vivem cerca de 250 famílias em 7 Projetos de Assentamento, além de uma população com grande presença e influência da Agricultura Familiar.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/5088-icmbio-apoia-projeto-de-agricultura-familiar.html
UC:APA
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