O incêndio na Reserva Biológica do Lago Piratuba, no extremo Leste do Amapá, há mais de duas semanas, é considerado criminoso pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio); responsável pela unidade de conservação. De acordo com o órgão, vaqueiros que capturam ilegalmente búfalos na região são os responsáveis por causarem o incêndio. Aproximadamente, 5 mil hectares da unidade de conservação ambiental foi atingida.
Segundo a ambientalista Patrícia Pinha, chefe da Reserva Biológica do Lago Piratuba, nenhum incêndio no Amapá, nessas condições, são de causas naturais. "Todos os incêndios que acontecem dessa forma ocorrem pela ação do homem. Verificamos que a captura de bubalinos na Reserva desencadeou o incêndio. A Polícia Federal abrirá um inquérito para comprovar os fatos e responsabilizá-los pelo crime ambiental", afirmou.
O incêndio, apesar de continuar crescer lentamente, já pode ser considerado controlado, de acordo com Patrícia. Uma trincheira de oito quilômetros de extensão; com profundidade que varia entre 1 metro e 1,5 metro de profundidade, está sendo cavada no entorno da área atingida. O trabalho realizado por 60 brigadistas do ICMBio e Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) no Amapá, alcançou três quilômetros. Mais cinco pessoas, entre brigadistas e coordenadores de ambos os órgãos, de Brasília, irão até a Reserva Biológica do Lago Piratuba dar apoio na ação de combate ao incêndio.
Danos ambientais
Apenas depois que o incêndio for combatido o georeferenciamento da área afetada pelo fogo será realizado e apontará, com precisão, as dimensões do sinistro. No entanto, os danos ambientais causados pelas chamas já são visíveis e "calculados" pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade.
Durante a escavação da trincheira, ovos de jacaré foram achados pelos brigadistas. O próprio animal, vivo e em fase adulta, foi encontrado na abertura da barragem. "O incêndio provoca destruição de maneira global prejudicando desde o solo, a vegetação e o habitat dos animais; que perdem o seu abrigo e são obrigados a migrar para outras áreas. Isso pode provocar um desequilíbrio ambiental. Como o fogo cresce em velocidade lenta, ao menos eles têm a chance fugir" finalizou Patrícia.
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