Uma equipe de 50 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) trabalha para combater o incêndio que atinge a Reserva Biológica Lago Piratuba (AP), Unidade de Conservação (UC) administrada pelo ICMBio. Existem fortes indícios de que o fogo, que começou há cerca de 3 semanas, tenha sido provocado de forma criminosa.
"Os incêndios florestais podem ser causados por raios ou por algum tipo de ação humana. Como não houve tempestade com raio e tampouco existe agricultura ou uso tradicional do fogo na região, concluímos que o incêndio foi provocado intencionalmente", explica Christian Berlinck, coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio.
A principal suspeita é de que vaqueiros tenham colocado fogo no local para capturar búfalos selvagens que habitam a região. "Existem cerca de 28 mil búfalos naquela área, cada um valendo em média 2 mil reais", esclarece o coordenador. Até o momento, os brigadistas identificaram três focos de incêndio, todos na parte oeste da UC.
O fogo é subterrâneo, não apresenta labaredas e faz muita fumaça branca por conta do solo úmido. Os brigadistas estão acampados perto das linhas de fogo e contam com um helicóptero do Ibama, que fornece o deslocamento das equipes e apoio logístico.
"Nossa estratégia é abrir trincheiras (buracos), retirando a camada de vegetação que forma o solo e serve de combustível. Assim, conseguimos interromper o avanço do fogo", destacou Berlinck.
O incêndio já destruiu aproximadamente dois mil hectares da Floresta de Aninga (vegetação local). As chamas ainda estão fora de controle e não existe previsão de quando serão extintas. Para reforçar os trabalhos, 16 pessoas serão enviadas para a Rebio até o fim da semana.
Sobre a Rebio Lago Piratuba
A Rebio Lago Piratuba foi criada em julho de 1980 e protege, principalmente, o bioma Floresta Amazônica. Localizada no município de Cutias do Araguari, em Macapá, a Unidade possui uma área de 392,4 mil hectares, onde habitam diversas espécies de peixes, aves e jacarés. O fogo que atinge a Rebio ainda não tem previsão de ser controlado ou extinto, o que preocupa os gestores sobre a manutenção da biodiversidade local.
"Esse fogo subterrâneo ainda deve queimar pelo menos mais mil hectares da nossa Unidade. Ele vai destruir as raízes, fazendo com que a vegetação que está na superfície caia. É uma perda significativa para o solo, para a vegetação e para os próprios animais que dependem dessa área que está sendo queimada", finalizou o chefe-substituto da Rebio.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/5277-icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter-incendio-no-amapa.html
UC:Reserva Biológica
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