JMTV1 exibe a série de reportagens 'Meio Ambiente - a Natureza Protegida'.
A primeira reportagem mostrou o que mudou em Cururupu.
O Brasil foi pioneiro na criação das reservas naturais como instrumento de defesa da natureza. O JMTV1 exibe a partir desta segunda-feira (8) a série reportagens "Meio Ambiente - a Natureza Protegida". A primeira reportagem da série mostrou o que mudou na vida e no ecossistema de ilhas no norte do estado com a criação há uma década da reserva extrativista marinha de Cururupu.
Na vastidão da planície costeira no norte do Maranhão um banquete vivo atrai aves do mundo inteiro. Viajantes famintos cruzam rotas ao redor do mundo em busca de hibernadas na Amazônia maranhense.
As correntes marinhas do Atlântico Norte avançam contra o continente criando uma imensa região cortada por baías, enseadas e igarapés em mais de 50 ilhas cercadas de dunas, praias e florestas ainda intocadas de manguezais.
Treze ilhas do arquipélago ficam na Reserva Extrativista Marinha de Cururupu, reconhecida como zona úmida de importância global. A unidade de conservação foi criada em 2004 para proteger o modo de vida dos nativos e o uso sustentável desse ambiente cheio de vida.
Os nativos de Maiaú são donos de uma das maiores variedades de artes de pesca do país. Na vazante das marés usam redes fincadas no fundo das enseadas e canais.
Com a criação da reserva, a tradição na arte de pescar e a exuberância natural do arquipélago começaram a ser defendidas pelos próprios nativos. Eles foram reconhecidos pelo governo brasileiro como donos do território.
A criação da reserva extrativista marinha deu aos nativos do norte do Maranhão a exata noção de pertencimento. A medida em que vão descobrindo quem são os donos do lugar onde nasceram passam a cuidar melhor do ambiente onde vivem.
"A criação de uma unidade ela garante sobrevivência, garante um local para a pessoa morar para o futuro, independentemente do tempo. Então tu vais ter sempre aquele lugar teu ali, então isso pra gente é muito importante", disse Josenilde Ferreira, da associação dos moradores da Resex de Cururupu.
A Resex de Cururupu tem 185 mil hectares de zona costeira e marinha nesta região conhecida como reentrâncias maranhenses. Deodoro Fonseca é um dos 4,1 mil extrativistas da reserva. Ele já percebeu as primeiras mudanças na ilha onde mora. "Agora não tá tendo o que tinha antes, era muita arma de fogo agora com essa nossa responsabilidade pela reserva então nós proibimos esse tipo de coisa", disse.
Jeiel Azevedo é agente de saúde pública responsável pela busca ativa no arquipélago. "O índice da dengue caiu muito no nosso município devido a essa limpeza que o povo hoje tem", contou.
Além de valorizar o modo de vida, as tradições e acultura dos extrativistas a reserva busca o uso sustentável dos recursos naturais do arquipélago. Maranhão, Pará e Amapá tem a maior floresta contínua de manguezais do planeta. Um terço deste ambiente está na reserva extrativista marinha de Cururupu.
"Dentro da nossa unidade a gente tem 105 mil hectares de berçário para camarão, peixe. Então a nossa unidade é uma das maiores de riqueza, ecossistema. Hoje com 105 mil hectares a gente tá com 90% do nosso manguezal preservado", disse Josenilde Ferreira.
O arquipélago de Maiaú é tão importante para o equilíbrio do clima no planeta que acabou atraindo uma ONG americana de influência global que vai aproveitar esse imenso potencial pesqueiro para mapear as rotas da pescada amarela, uma das espécies mais ameaçadas de extinção.
http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/06/reserva-de-cururupu-tem-90-dos-manguezais-preservados.html
UC:Reserva Extrativista
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