Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados vai solicitar Audiência Pública com a Ministra do Meio Ambiente
VOLTA REDONDA
Depois da Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores, entre outras ações, ficou definido que a discussão sobre a possível mudança da Floresta da Cicuta de Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) para Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) será levada à Brasília. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados vai solicitar uma Audiência Pública com a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Teixeira, e com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Carrera Maretti. Cerca de 200 pessoas participaram do evento, que foi coordenado pelo vereador Jerônimo Teles (PSC).
Em síntese, três focos marcaram os debates durante a Audiência Pública em Volta Redonda, com a necessidade de se trabalhar o rompimento da 'naturalização' nas questões que agridem a dignidade da pessoa humana e os espaços vitais. Um dos temas foi denunciar a criminalização dos movimentos sociais demonstrada na ofensiva da empresa que, ao mesmo tempo que anuncia o diálogo, manda prender ambientalistas, combater com veemência a intenção privatista da empresa em transformar a Floresta da Cicuta e outros espaços em área estritamente particular.
Da audiência saíram também alguns encaminhamentos, como levar o caso à Ministra do Meio Ambiente e defender a Floresta como uma Arie, a ser pontuado em documento que será elaborado amanhã com as ponderações suscitadas na audiência, articular a criação de um Fórum Regional em defesa das áreas de conservação no Sul Fluminense, promover um encontro entre o prefeito Antonio Francisco Neto (PMDB), universidades, vereadores, ICMBio e movimentos sociais diversos para debaterem a situação.
Durante o evento, os participantes fizeram duras críticas ao Chefe do Executivo Municipal pela ausência, em especial da Secretaria do Municipal do Meio Ambiente, Carlos Amaro. Já o Legislativo Municipal foi representado pelos vereadores América Tereza (PMDB), Edson Quinto (PR) e Jerônimo Teles. Estiveram presentes também representantes de movimentos sociais e ambientais, a chefe de gabinete do deputado federal Deley, Cora Peixoto, e os procuradores da República Júlio José Araújo Junior e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva. Em destaque também a apresentação de uma música denúncia, de autoria do professor Edimar Zambroni, um dos ambientalistas que, na última quinta-feira, 17, passou sete horas na 93ª Delegacia de Polícia (DP).
Zambroni, João Paulo Miranda e um adolescente de 17 anos, que fazem parte do grupo ambientalista Coletivo Bosque dos Bambus, foram acusados por guardas patrimoniais da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de estarem invadindo a Floresta da Cicuta, na Fazenda Santa Cecília, no bairro Sessenta. Os vigias denunciaram os jovens alegando que eles estavam invadindo uma propriedade particular, já que a floresta se encontra nas terras da Companhia. Os vigias chamaram a Polícia Militar e os jovens foram encaminhados à delegacia. Ao cantar a canção, o ambientalista fez com que todos se levantassem e em palmas entoassem o refrão 'A Cicuta é Nossa'.
Procurada pela equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE, a Assessoria de Comunicação da CSN informou, em nota, que a empresa preserva a Floresta da Cicuta e mantém uma parceria com os órgãos ambientais para seu manejo correto. Declarou ainda que, as demandas da comunidade são sempre levadas em consideração quando esse manejo é discutido com as autoridades ambientais. Sobre o fato ocorrido na última quinta-feira, 17, com os ambientalistas, a CSN disse que, na verdade, a ação se tratou de invasão e depredação de patrimônio e as autoridades agiram de acordo com sua competência. Lembrou ainda que, o caso deve seguir seu curso legal.
A nota está sendo publicada hoje, já que, na sexta-feira, até o fechamento da edição, a empresa não havia respondido.
http://avozdacidade.com/site/noticias/cidades/47061/
UC:ARIE
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