A araponga-do-nordeste era reconhecida apenas por seu canto
Cinco exemplares da araponga-do-nordeste, espécime rara e ameaçada de extinção conhecida centificamente como Procnias averano, foram avistados dia 13 de fevereiro, na
Floresta Nacional (Flona) de Palmares, unidade de conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) localizada em Altos, Piauí.
Segundo os observadores, que vieram de Minas Gerais e Maranhão, eram quatro machos e uma fêmea - fato de muita relevância, pois em outras áreas do Nordeste onde há ocorrência da espécie, para se visualizá-la muitas vezes chega-se a esperar até uma semana, muitas vezes sem sucesso pois a ave não aparece.
A araponga-do-nordeste é uma espécie muita arisca, de canto peculiar por lembrar atividades de um ferreiro quando afia suas ferramentas. Sua presença na Unidade de Conservação é motivo de orgulho, pois a riqueza de sua biodiversidade é encontrada em poucos pontos do Nordeste, onde é endêmica (só encontrada ali).
A espécie foi visualizada pela primeira vez, há sete anos (em 2008), na trilha da Sapucarana, que fica dentro da Flona Palmares, com 168 hectares. O responsável pelo registro foi o fotógrafo, músico, guia local e voluntário Lucas Alencar.
Um comportamento interessante da ave é que essa espécie sempre canta no início das chuvas e depois desaparece no final delas, reaparecendo para anunciar o recomeço de novo período chuvoso no Piauí.
Como é uma espécie que consta na lista de espécies ameaçadas, a araponga-do-nordeste é alvo de monitoramento contínuo, sistematizado por meio de anotações em relatórios de campo acerca do seu canto. "Contamos também com apoio da comunidade local e de visitantes para conservação da espécie", destaca Gaspar da Silva Alencar, chefe da Flona Plamares.
A Flona de Palmares, responsável por abrigar a espécie, além de outras aves e até de primatas como os bugios, encontra-se numa zona de transição entre os biomas Caatinga e Cerrado. O tipo de floresta existente em Plamares (PI) é caracterizada por ser estacional semidecidual e, segundo (Gonzaga de Campos, 1926), apresenta fisiononia e paisagem considerável.
Integrante do bioma Mata Atlântica, a Flona de Palmares é alvo de estudos e pesquisas que são autorizadas via
SISBio realizadas por universidades locais e até de outras regiões do Brasil. "Recentemente recebemos visitantes especialistas no bioma que nos colocaram que a Flona possui elevados índices de conservação", frisa Gaspar da Silva Alencar, chefe da Flona Plamares.
A Flona é visitada por espécies em rotas migratórias e é ponto de reprodução de muitas outras espécies da fauna silvestre, como o canário e xexeu, além de auxiliar na reprodução das espécies, servindo como abrigo, forrageamento e proteção.
A Unidade de Conservação não conta Plano de Manejo mas dispõe de um plano de gestão, monitoramento, controle, fiscalização e visitação, com embasamento metodológico e técnico-científico, apartir dos quais vem protegendo essa e as demais espécies existentes em sua área.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/7603-flona-palmares-abriga-especie-rara-de-ave.html
Biodiversidade:Fauna
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