Objetivo é troca de experiência entre manejadores de algumas cidades do Acre e outros estados. Técnica precisa ser debatida, alerta pesquisadora.
O manejador Evandro de Almeida do município de Porto de Moz, no Pará, é de uma região da reserva extrativista Verde Para Sempre, onde moram mais de duas mil famílias. Lá, são desenvolvidos trabalhos contínuos de combate à extração ilegal da madeira. E um dos projetos e técnicas que vem crescendo na região é o de manejo florestal comunitário de madeira
"A gente faz a delimitação da área, faz um estudo amostral, que é um levantamento de dados, um banco de dados do potencial que tem na área. Fizemos, em cima disso, um estudo de viabilidade econômica e o próprio estudo disse que viabilizava o nosso projeto sem problemas de desmatamento", explica.
O manejo florestal comunitário tem avançado em vários estados brasileiros, inclusive, no Acre. Mas, apesar desse avanço, os manejadores vêm enfrentando alguns problemas e desafios que precisam ser discutidos e aprimorados. Um encontro nesta terça (27) e quarta-feira (28) debateu algumas questões.
Entre os desafios, estão os problemas sociais, de governança e tecnológicos. Para debater o tema e trocar ideias sobre esse tipo de técnica de manejo, um encontro foi realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com a participação de pesquisadores e técnicos de instituições governamentais e da sociedade civil, além de manejadores do Acre e de outros estados.
"O manejo madeireiro em áreas de reserva extrativista é uma atividade recente, é meio nova. Antes não era permitido. Os extrativistas estão acostumados a trabalhar com produtos não madeireiros, como castanha, copaíba, andiroba, açaí. E a madeira vem como um produto diferente e tem uma maneira de exploração bem diferente do que os produtos não madeireiros. Então, às vezes, tem mais impacto na floresta", explica a engenheira florestal e pesquisadora da Embrapa, Lúcia Wadt.
Além das unidades da Embrapa do Acre e Rondônia, o encontro também é promovido pelo programa de conservação e desenvolvimento nos trópicos da Universidade da Flórida, dos Estados Unidos.
"É muito importante debater esse tema, porque, realmente, são as comunidades que estão lá segurando, guardando e utilizando a mata. Então, a forma como elas utilizam, é sumamente importante. Então, a gente está querendo promover que as comunidades não fiquem sozinhas. Queremos mostrar isso e avançar os pensamentos em como realmente realizar o manejo florestal comunitário de madeira, principalmente, de uma forma racional, sem desmatar", explica a professora da Universidade da Flórida, Karen Kairer.
Francisco Melo, manejador da reserva extrativista Chico Mendes, a oportunidade é uma troca de experiências que só soma mais ainda na técnica do manejo madeireiro.
"Esses dois dias de encontro, pra mim, vai ser muito proveitoso. Porque a gente vai repassar um pouco das nossas ideias e, no mesmo instante, a gente vai receber, porque lá na minha reserva temos quinze produtores que estão dentro do Plano de Manejo, mas não começaram ainda a explorar. A gente ainda está em processo de discussões e, com esse encontro, a gente vai sair daqui com um caminho mais claro para esse trabalho".
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/encontro-discute-tecnica-do-manejo-madeireiro-dentro-de-reservas-extrativistas-no-acre.ghtml
UC:Reserva Extrativista
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