Campeão da biodiversidade, o Parque Estadual da Serra do Conduru ainda possui áreas nunca tocadas pelo homem.
Região do cacau, sul da Bahia. A equipe do Globo Repórter está entre Ilhéus e Itacaré, numa área considerada o coração da Mata Atlântica. É um dos poucos lugares do Nordeste onde ainda se vê matas inteiras. Vamos conhecer o Parque Estadual da Serra do Conduru. Um refúgio de sobreviventes que escaparam da motosserra. Algumas áreas ali nunca foram tocadas pelo homem. Nunca houve atividade madeireira, nunca houve pecuária. Este patrimônio virgem guarda tesouros do Brasil.
Uma árvore que de tão cobiçada e tão perseguida - se tornou uma raridade, difícil de ser vista hoje em dia. A equipe está na trilha de um dos últimos jacarandás da Bahia. Encontrar um jacarandá na Mata Atlântica é como ganhar um troféu. No século 18, no século 19 e na primeira metade do século 20, a madeira era considerada talvez a melhor ou uma das melhores madeiras do planeta para a movelaria.
Pra salvar o Jacarandá da extinção, exige muito trabalho. Todo o material recolhido é embrulhado com cuidado, como se fosse um presente. Sementes e mudas vão para um viveiro particular que se dedica ao reflorestamento. Jacarandás, jequitibás, sucupiras, pau-brasil. No total, 80 espécies de árvores são produzidas ali.
Nilson Antônio Santos é gestor ambiental. Antes, ele era o homem da motosserra de uma madeireira. Vivia na mata derrubando árvores pra vender. Hoje trabalha criando mudas pra plantar. Nilson já perdeu a conta das centenas de mudas que plantou em áreas onde a floresta foi derrubada. Aos poucos as árvores replantadas vão se multiplicando e recompondo o cenário original.
Daniel Piotto é um engenheiro florestal que conhece como poucos a área. É ali que ele desenvolve pesquisas para avaliar a saúde das plantas, das árvores. De 1992 pra cá, a região perdeu o posto de campeã da biodiversidade, mas continua chamando a atenção. Está entre as cinco primeiras do mundo. É a área mais diversa de toda a Mata Atlântica. Mas o que explica tanta diversidade? Vários fatores, dizem os especialistas.
No parque da Serra do Conduru a vida da fauna segue o ritmo selvagem. Já nas áreas que não são protegidas, os bichos tentam se adaptar ao que restou da mata. Uma aventura que um grupo de primatas encara com bastante inteligência. O Globo Repórter vai até uma fazenda de cacau, o novo endereço de um baiano difícil de ser encontrado: o mico-leão-da-cara-dourada. É atrás dele que a equipe vai, em companhia de Juliana, bióloga da Universidade Estadual de Santa Cruz. O cara-dourada só existe nesta região da Mata Atlântica. Nunca anda sozinho. O líder vem acompanhado da família toda. E apesar de todo o esforço para proteger a espécie, o mico da cara dourada está na lista dos animais ameaçados de extinção.
Já a reserva biológica de Una é o território do macaco-prego-do-peito-amarelo. Eles são muito desconfiados e não gostam de estranhos em sua casa. Depois de três horas caminhando no meio da mata, conseguimos encontrar uma família. Ainda não se sabe quantos deles vivem na Mata Atlântica. A única certeza é que o macaco-prego-do-peito-amarelo, que não existe em nenhum outro lugar do mundo, além de ameaçado de extinção, é pouco conhecido pela ciência.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/07/parque-na-ba-e-um-dos-5-pedacos-de-floresta-mais-ricos-do-mundo.html
UC:Parque
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