Área desmatada do Parque Nacional de Chapada diminui e espécies raras de bromélias são descobertas

Olhar Direto - https://www.olhardireto.com.br/c - 28/04/2019
Área desmatada do Parque Nacional de Chapada diminui e espécies raras de bromélias são descobertas
28 Abr 2019 - 08:23

Da Redação - Isabela Mercuri

Área desmatada do Parque Nacional de Chapada diminui e espécies raras de bromélias são descobertas
O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães completou 30 anos no último dia 12 de abril, e tem cada vez mais contemplado seu intuito de ser o que é no nome: uma unidade de conservação. Com uma área desmatada bem menor do que antes de virar Parque, recentemente foi descoberta na área, inclusive, uma espécie nova e rara de bromélia, o que prova que o espaço ainda propicia o uso público controlado e atividades de pesquisa e de educação ambiental.

De acordo com Gerusa Barbosa, assessora nacional do Ministério do Meio Ambiente - a que pertence o Instituto Chico Mendes (ICMBio), que comanda os Parques Nacionais do país - mesmo o público que visita o Parque já tem mais noção do que ele significado. "O público que visita o parque hoje não está em busca apenas de um bom local para banho, ele quer mais qualidade ligada a isso: um local conservado e que cumpra com seu papel de unidade de conservação", afirma.

Ainda segundo Gerusa, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento em unidades de conservação mostram que as áreas que eram desmatadas no interior do parque, especialmente para construções irregulares, estão diminuindo ano após ano. "O frequente monitoramento da unidade é fator fundamental para isso. Além do conhecimento e reconhecimento, por parte de todos, da existência da unidade de conservação", afirma.

Mesmo assim, existem alguns apelos necessários de ser feitos à população. O principal deles é o de não jogar lixo às margens da rodovia, mas também a necessidade de se respeitar as placas que indicam locais em recuperação (e que não são apropriados ao uso público) e de impedir o uso irregular do fogo, que pode originar incêndios florestais.

Sobre os incêndios, segundo Gerusa, desde 2017 o Parque Nacional de Chapada adotou estratégias de manejo integrado do fogo. Este manejo "considera aspectos ecológicos, socioculturais e técnicos, e propõe o uso de queimadas controladas no início do período de seca, visando a proteção de áreas frágeis e a redução de áreas que podem ser atingidas por incêndios florestais", explica.

Por fim, ao comemorar 30 anos e lembrar da importância do local, é bom chamar a atenção para o objetivo da unidade de conservação. "O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães [PNCG] foi criado com objetivo de conservação da amostra do ecossistema nele existente, o cerrado, além de propiciar uso público controlado e atividades de pesquisa e de educação ambiental", garante Gerusa. "O PNCG está localizado em uma área de ecótono, onde encontram-se características de outros biomas como o amazônico, pantanal e cerrado. [Ele] protege espécies ameaçadas e endêmicas da fauna e flora nativas, além proteger grande parte das nascentes que formam o rio Coxipó, que é afluente do rio Cuiabá, um dos formadores do Pantanal Matogrossense, e que abastece parte da capital do estado, Cuiabá".

Uma prova desta conservação foi, exatamente, a descoberta da bromélia Fosterella lilliputiana dentro do Parque. Segundo pesquisadores, as Fosterellas são muito raras no Brasil. As bromélias (família que tem no abacaxi seu exemplar mais conhecido) são um dos grupos de plantas com maior número de espécies no território brasileiro, com grande diversidade na Floresta Atlântica e no Cerrado, os dois hotspots de biodiversidade do Brasil. Normalmente, as espécies deste grupo possuem distribuição restrita, ou seja, ocorrem em pequenas áreas.

A espécie encontrada em Chapada ocorre em ambientes muito específicos e é muito sensível à perda de habitat. Normalmente estão em paredões úmidos e sombreados pela floresta que cresce nestas áreas.

Segundo a pesquisadora do Jardim Botânico Rafaela Campostrini Forzza, a descoberta de novas espécies de plantas para a ciência dentro das UCs e fora delas em pleno século XXI mostra que ainda há muito trabalho na catalogação da biodiversidade. O Brasil descreve em média 250 novas espécies de plantas por ano.

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