Ela e outra mulher foram atingidas pelo animal, que estava solto na área turística do Cânion Fortaleza. Ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal de Caxias do Sul.
Uma turista de São Caetano do Sul, na Região do ABC de São Paulo, relata ter sofrido um ataque de um búfalo durante uma visita ao Cânion Fortaleza, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul, serra gaúcha. Ela e outra turista ficaram feridas.
O caso aconteceu no último dia 8, mas só foi relatado pela dentista Juliana Farias Sardenberg na última quarta-feira (15). Ela gravou um vídeo para a RBS TV relatando o ataque. Assista acima.
As duas mulheres registraram ocorrência por lesão corporal na delegacia de Cambará, que, conforme o delegado Gustavo Barcellos, encaminhou o boletim para a Polícia Federal de Caxias do Sul, já que o fato envolve área de responsabilidade do governo federal.
O G1 entrou em contato com a PF, e aguarda retorno.
De volta a São Paulo, Juliana conversou com o G1, nesta sexta-feira (17), e relatou momentos de pânico. Ela foi atingida pelo animal e arremessada. A outra turista foi atropelada pelo búfalo, conforme o relato, e precisou ser removida do cânion de SAMU.
"Só senti a pancada. Quando eu caí, comecei a gritar, não sentia o corpo e as pernas. Fiquei com medo de a gente descer e o búfalo estar lá", afirma a mulher, que tem 39 anos.
Juliana estava acompanhada da filha de 8 anos e do filho de 18. O rapaz conseguiu afastar a irmã do caminho do animal, e os dois não foram atingidos.
O guia turístico Douglas Machado acompanhava a família pela trilha.
"Subimos no ponto mais alto do cânion e na subida, escutei cachorros latindo. Pensei em ir olhar, tirar fotos dos cachorros porque não pode ter animal no parque, mas quando cheguei lá, era um búfalo", relata.
Ele avisou os demais turistas, mas logo em seguida, o búfalo se aproximou correndo em direção a eles.
"Foi muito rápido. Quando vi, o animal já tava em nós", relembra.
Douglas afirma que no ano passado havia ouvido relatos de um colega sobre a presença de um búfalo no parque.
Animal foi fotografado pela turista antes do ataque, em Cambará do Sul - Foto: Arquivo Pessoal Animal foi fotografado pela turista antes do ataque, em Cambará do Sul - Foto: Arquivo Pessoal
Animal foi fotografado pela turista antes do ataque, em Cambará do Sul - Foto: Arquivo Pessoal
Prejuízo e afastamento do trabalho
Juliana foi hospitalizada em Cambará, fez corpo de delito e alguns dias depois, retornou a São Paulo com os filhos.
"Não tive nenhuma fratura, foi um milagre".
A dentista precisou se afastar do trabalho. De acordo com Juliana, os médicos que a atenderam garantem que ela não tem condições de trabalhar até, pelo menos, a próxima semana. De um dos especialistas, ela ouviu que foi como se tivesse sido "atropelada por um caminhão".
Ela sente dores pelo corpo, ficou com hematomas e está com colar cervical. Calcula ter gasto cerca de R$ 4 mil até o momento, com procedimentos médicos e remédios. Sem poder atender seus pacientes, precisou desmarcar quase 50 consultas, como contou ao G1.
O ICMBio publicou uma nota informando que "a partir do momento em que a administração dos parques tomou conhecimento dos fatos, adotou medidas administrativas, inclusive junto ao proprietário, a respeito da situação. Até que, efetivamente, estas medidas possam surtir efeitos práticos, estará sendo realizado monitoramento das trilhas do Mirante, da Borda Sul do Fortaleza e do Tigre Preto e Pedra do Segredo. Sendo que, mediante detecção de riscos, outras medidas de efeito imediato poderão ser adotadas, como o fechamento eventual de trilhas".
"Ressaltamos que estão sendo envidados os esforços necessários para evitar a adoção de tais medidas, pois, ao que parece, tal ocorrência se trata de um fato isolado", acrescenta o comunicado.
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/01/17/paulista-relata-ataque-de-bufalo-durante-passeio-turistico-em-parque-de-cambara-do-sul.ghtml
UC:Parque
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