OESP, Cidades, p. C5 - 22/08/2006
Dragagem do Horto custará R$ 1,2 mi. Mas quem paga?
Moradores da região se queixam também da falta de policiamento
Fernando Cassaro
O projeto para a dragagem de um dos três lagos do Horto Florestal já está pronto. Só falta o governo do Estado decidir quem vai pagar a conta. O valor, em princípio, é de R$ 1,2 milhão, mas uma análise da Cetesb apontou que não há metais pesados no lodo da lagoa, que pode ser usado em áreas de recuperação do próprio parque - um dos processos mais caros no desassoreamento seria o transporte do material. Assim, os custos caem, no mínimo, 40%.
Foi por isso que Ana Lúcia Arromba, administradora do Parque Estadual Alberto Loefgren (nome do Horto), pediu no domingo ao governador Claudio Lembo (PFL) para organizar uma reunião entre a Secretaria do Meio Ambiente e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) para decidir quem bancará a obra. Ana Lúcia também quer a ampliação da estação de flotação já existente, sob responsabilidade da Sabesp. "Em época de chuvas, a vazão da água ultrapassa a capacidade da estação. Acaba indo água poluída para a lagoa."
Segundo Ana Lúcia, o projeto também incluiria a remodelação das margens e aumentaria o diâmetro do encanamento que liga as lagoas. "O ganho paisagístico seria importante. As lagoas formam o coração da área de visitação pública."
GRADIL
As obras para a instalação da nova cerca começaram ontem. A empresa que assumiu o contrato, de cerca de R$ 800 mil, terá 90 dias para terminar o serviço. A obra foi prometida para março, mas a primeira colocada na licitação só havia instalado cerca de 300 metros do novo gradil. Com isso, a administração do parque foi obrigada a reinstalar o alambrado em alguns trechos.
Porém, nos pontos em que a cerca não foi reinstalada, os moradores afirmam que aumentou o número de crimes. É o caso da região da rua Tomé Afonso de Moura. Há três meses, ao descer a rua, a estudante M.B.F., de 16 anos, quase foi violentada. "Um homem saiu de dentro do mato e tentou me agarrar", conta. "Por sorte, uma amiga gritou e um motorista percebeu."
A comerciante Edileusa Silva, de 34 anos, reclama dos casais que fazem sexo na região. "É uma coisa chata. A gente passa com criança aqui."
ATALHO
A passagem que liga a rua Tomé Afonso de Moura à avenida Parada Pinto preocupa há mais tempo os moradores. A cabeleireira Amanda Rodrigues, de 28 anos, conta que há assédio e assaltos no local. "Já vi muita gente fumando maconha", diz.
Mesmo sabendo do problema, a administradora Ana Lúcia explica que a área é restrita a pesquisas de árvores e mudas. Por isso, só tem segurança até 18h. "Os moradores não podem entrar. Eles arrebentam a cerca para cortar caminho. O que podemos fazer?" Ela diz que não há como aumentar o número de seguranças, pois já estão trabalhando no limite.
OESP, 22/08/2006, Cidades, p. C5
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