Estiagem pode provocar falta d' água no estado

O Globo, Rio, p. 19 - 14/09/2007
Estiagem pode provocar falta d' água no estado
Situação é mais grave em municípios que dependem de mananciais, como Teresópolis, Magé, Maricá e Angra

A estiagem prolongada deixou em alerta a Cedae e as concessionárias que distribuem água em todo o estado. O presidente da Cedae, Wagner Victer, admitiu ontem que a situação é preocupante, principalmente em cidades que contam com mananciais independentes, como é o caso de Teresópolis, Magé, Maricá e Angra dos Reis. E o pior: só há previsão de chuva para domingo e, mesmo assim, fraca. Segundo a Cedae, os reservatórios estão com níveis muito baixos.

A seca, que já dura 15 dias no estado, está mudando a paisagem. Na Barra, a Lagoa da Tijuca transformou-se num canal. A constatação foi feita pelo biólogo Mário Moscatelli durante um vôo ontem pela cidade. O acompanhamento é feito pelo Projeto Olho Vivo, que faz vôos mensais para detectar problemas ambientais na Região Metropolitana. Segundo Moscatelli, dois fatores contribuem para o grave quadro da Lagoa da Tijuca: a ocupação desordenada de suas margens, que provoca o assoreamento, e, em menor escala, a estiagem e a maré baixa.

Sem chuva, incêndios se alastram por florestas
Nas matas do estado, a situação é grave. Na Floresta da Tijuca, o fogo já destruiu cerca de quatro hectares. Os primeiros focos surgiram na quarta-feira. Ontem de manhã, os bombeiros do Quartel do Alto da Boavista trabalhavam no rescaldo e a situação estava quase sob controle. No começo da tarde, os fortes ventos inverteram o quadro. Os bombeiros precisaram da ajuda de um helicóptero.

Em Teresópolis, seis hectares de mata do Parque Estadual dos Três Picos, às margens da BR-116 (Rodovia Rio-Teresópolis), já foram destruídos pelas chamas. Segundo os bombeiros, em alguns locais o fogo chegou próximo a residências.

Além da preocupação com o fogo, a aposentada Ednéa Pinheiro - moradora do bairro Albuquerque - está enfrentando o racionamento de água.

Morando há seis anos no local, sempre consumiu água da nascente. Nos últimos dias, no entanto, a situação está crítica.

O presidente da Cedae disse que a situação do Rio é confortável, mas ressaltou que se não chover em breve pode haver um agravamento da situação.

Por enquanto, segundo Wagner Victer, o caso é mais grave em Niterói. Entre as intervenções da Cedae, está a captação de água de fontes alternativas para reforçar o sistema Imunana-Laranjal, que atende a áreas de São Gonçalo, Itaboraí, Niterói e Paquetá. Uma bomba foi instalada no mesmo sistema para aumentar a captação de água.

O Globo, 14/09/2007, Rio, p. 19
Recursos Hídricos:Abastecimento

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