Minas Gerais representa o Brasil no Foro Global de Bosques Modelo que acontece esta semana na cidade de Hinton, no Canadá. O Estado é o único do Brasil a possuir "florestas modelo", áreas protegidas que funcionam como núcleos para difusão de tecnologias de exploração sustentável dos recursos naturais.
O projeto de Bosques Modelo surgiu no Canadá com a proposta de promover a conservação e a utilização sustentável dos recursos florestais e ecossistemas associados, incentivando as comunidades locais ao uso integral dos recursos, através de associações, que desenvolvem atividades produtivas, educativas e de pesquisa. "Queremos internalizar o conceito de Bosques Modelo no Brasil, especificamente em Minas Gerais", ressaltou o diretor de Desenvolvimento e Conservação Florestal do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Luiz Carlos Cardoso Vale, representante do governo no encontro.
Além de Canadá e Brasil, participam do encontro representantes de Costa Rica, Chile, Argentina, México, República Dominicana e Honduras. Paralelamente, acontece também a reunião do grupo de trabalho de áreas protegidas, que envolve participantes do mundo todo. De acordo com o IEF, Luiz Carlos Vale vai se reunir com representantes da Argentina e Bolívia para a discutir parcerias técnicas operacionais com estes países para a criação de Florestas Modelo em Minas Gerais.
Em Minas Gerais, o projeto é desenvolvido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) nos Bosques Modelo da Mata Atlântica (Floresta Estadual de Uaimii, no município de Ouro Preto) e de Pandeiros (Áreas de Preservação Ambiental do Rio Pandeiros, Coxa e Gibão, no município de Januária). As áreas foram reconhecidas pela Rede em 2005.
Com o projeto Manejando Minas, o IEF desenvolve experiências para estimular as comunidades locais a manter suas atividades econômicas em harmonia com a biodiversidade no entorno das duas unidades de preservação ambiental. Os moradores participaram de cursos de treinamento em atividades relacionadas ao meio ambiente para aprimoramento e capacitação nas áreas de ecoturismo, fabricação de mobiliário, apicultura, criação de animais silvestres e artesanato.
O IEF estimula a formação de florestas sociais de produção, com o plantio de eucaliptos em áreas já desmatadas, gerando trabalho e renda para a população e reduzindo a demanda por madeira, lenha e carvão vegetal, diminuindo as ações predatórias que vêm destruindo a Mata Seca, bioma característico da região.
O trabalho desenvolvido no Bosque Modelo de Pandeiros já apresentou resultados. A região, muito carente, registrava altos índices de desmatamento. "Desde o início do programa de desenvolvimento sustentável de Pandeiros, que foi o embrião para sua transformação em bosque modelo, foi possível erradicar o desmatamento ilegal na região", afirmou o diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti. As áreas que integram o bosque somam aproximadamente 500 mil hectares com remanescentes importantes de Cerrado e Mata Seca.
O Bosque Modelo da Mata Atlântica tem seu núcleo na Floresta Estadual de Uaimií. Segundo Candeias, a intenção é que, com a experiência de Ouro Preto, sejam criados outros núcleos nas áreas de entorno dos Parques Estaduais do Rio Doce, do Ibitipoca, do Itacolomi, da Serra do Brigadeiro, de Nova Baden, Rola-Moça, Itambé e Serra do Papagaio. As informações são da assessoria do IEF.
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