A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio da Superintendência de Biodiversidade e a Coordenadoria de Unidades de Conservação (Cuco), vem trabalhando na implantação de unidades de conservação visando o seu principal seu objetivo, a conservação da natureza, e assim oferecendo a população o uso adequado dessas unidades, proporcionando desenvolvimento de pesquisa cientifica, práticas para ações de educação ambiental e o desenvolvimento do turismo da natureza nessas áreas protegidas.
O Monumento Natural Morro de Santo Antônio, localizado no município de Santo Antônio do Leverger (34 quilômetros da Capital, na região Sul do Estado), é uma unidade de conservação estadual e por isso administrada pela Sema. Desde 2008 a Sema vem trabalhando na normatização do uso do Monumento Natural Morro de Santo Antonio, na delimitação da área da unidade de conservação; na sensibilização da comunidade para formação do Conselho Gestor e em atividades de educação ambiental, fixação de placas educativas e de sinalização, entre outras ações, como o combate ao desmatamento, incêndios e uso inadequado por usuários.
O gerente da Unidade de Conservação, Celso de Arruda e a analista de Meio Ambiente da Cuco, Rosana Viegas, explicam que são realizadas várias ações de fiscalização mas há deliberadamente desinteresse de alguns grupos que insistem em utilizar o local de maneira inadequada, ignorando o órgão responsável pelo gerenciamento da unidade de conservação.
"O trabalho é realizado de segunda a sexta-feira, no horário comercial e inclui uma série de atividades como: palestras, reuniões com moradores do entorno, caminhada para coleta de lixo nas trilhas, ações de fiscalização, monitoramento das trilhas e ainda, recebimento de informações e denúncias da população sobre quaisquer atos lesivos contra a unidade de conservação. A maior dificuldade é em relação ao controle do uso pelos visitantes e os maiores danos causados por esses mesmos visitantes", afirmou.
Para ele, nem todas pessoas se interessam com a proteção ambiental do Monumento, pois degradam a paisagem, aceleram o processo de erosão pelo uso inadequado das trilhas existentes e, ainda deixam seu lixo de forma irresponsável.
Celso explicou que algumas práticas colocam em risco a preservação do local, como por exemplo, práticas de Moto-Cross e Rallys no entorno e os rituais de oração no alto do morro. "É sabido e registrado pela gerência os efeitos dessas ações na unidade de conservação. Nesse sentido já foram enviados ofícios às Igrejas informando que qualquer ação na unidade de conservação deverá haver comunicação prévia formal à Sema, por meio da gerência da unidade. Apesar dos esforços da Sema essas práticas continuam, com a visitação de grupos sempre no período noturno, entre às 22 horas e 30 minutos até o amanhecer".
O gerente da unidade reconhece que falta estrutura na sede da Sema, situada na Comunidade de Morrinho, para que a intensificação desse trabalho e que ainda não há possibilidade de disponibilizar vigilância em período integral no monumento além de um controle da entrada de visitantes. "Dentro das nossas possibilidades temos realizados essas ações. Nossa meta agora é buscar parceria junto à Prefeitura de Santo Antônio para a instalação de um portal, deixando livre o acesso à unidade apenas no horário do funcionamento, que é das 8 horas da manhã às 17 horas e 30 minutos. Nossa intenção com isso é o controle de visitantes. Acreditamos que com a instalação do portal de entrada, os visitantes irão visitar o Morro nos horários determinados", explicou.
Celso Arruda disse também que com a aproximação do período de seca, quando podem ocorrer as queimadas - o período de estiagem, quando é proibido o uso do fogo vai de 17/07 a 15/09 - aumentam as preocupações com a unidade de conservação. "Neste período é totalmente proibida a prática de queimadas, independentemente se for em área rural ou urbana. Quem fizer uso desta prática responderá por seus atos, além de ser multado", explicou ele.
Segundo Arruda não existem nascentes no Morro de Santo Antônio. "Eu desconheço. O morro é uma área de declive, por isso, em período de chuvas estas águas escorrem por debaixo da terra. O Morro de Santo Antônio não tem nascente, tem córrego intermitente, ou seja, tem fluxo de água apenas em período das chuvas".
O gerente lembra também que a área é monitorada diariamente e, somente este ano, 84 propriedades foram notificadas, sendo que cada uma dessas, terá um processo a responder e que novas ações estão sendo propostas para o mês de maio. Entre as ações que serão desenvolvidas na unidade de conservação estão a revitalização dos marcos que delimitam a área. "Iremos demarcar através de placas, e o proprietário da terra será o responsável pela demarcação", enfatizou.
De acordo com Celso, nos anos anteriores foi feita demarcação, mas o proprietário arrancava a placa e assim o trabalho não foi concluído. "Agora o proprietário terá responsabilidade sobre a demarcação", disse ele.
OCORRÊNCIAS
No ano de 2007, houve uma queimada no Morro de Santo Antônio que destruiu o morro quase em sua totalidade. Dez galões, para coleta de lixo, que haviam sido instalados numa das trilhas foram queimados.
No ano passado, outra queimada ocorreu no cume do morro. A gerência fez um Boletim de Ocorrência, na Policia Militar. Arruda informou que ainda não se sabe quem praticou esse ato lesivo, mas que está sendo investigado, no entanto, ainda não saiu o laudo do processo.
No interior da unidade de conservação, em fevereiro desta ano foram retiradas três caminhonetes com dezenas de garrafas PET e copos descartáveis. "Por mês chegamos a tirar cerca de 10 a 15 sacos de lixo deixados pelos visitantes", destacou ele.
Entre as ações desenvolvidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), juntamente com a Superintendência de Biodiversidade e a Coordenadoria de Unidades de Conservação (Cuco), estão a orientação, sensibilização e informação da população com palestras, reuniões e debates que são realizados na comunidade para que haja um trabalho conjunto entre o órgão ambiental e a população, explicou Rosana Viegas.
A última reunião realizada com a comunidade em 28.03, o tema da pauta foi a criação do Conselho Gestor da unidade de conservação "Monumento Natural Morro de Santo Antônio". Celso Arruda aponta que o interesse da população deixou a desejar. "Foram distribuídos 155 convites e apenas 40 pessoas compareceram.
Rosana destaca que o assunto é de suma importância, visto que o Conselho é a forma efetiva de participação democrática da sociedade, juntamente com outras instituições, almejando fazer de fato a gestão de uma unidade de conservação em parceria com o órgão ambiental.
http://www.sema.mt.gov.br/noticia/mostraManchete.aspx?cod=2517
UC:Monumento Natural
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