O Globo, Rio, p. 22 - 07/12/2010
Muro para proteger reserva biológica em Guaratiba
Lei do governo estadual autoriza construção de 18 quilômetros de extensão, que ficará numa área repleta de manguezais
Ruben Berta
O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), André Ilha, anunciou ontem que, a partir de janeiro, será construído um muro de 18 quilômetros de extensão, para proteger uma área basicamente de manguezais, em Guaratiba. O governador Sérgio Cabral publicou no Diário Oficial uma lei, de autoria do próprio Executivo, que abre caminho para a obra, redefinindo o espaço da reserva biológica da região.
- O objetivo do cercamento é impedir que haja invasões naquela região, que tem a maior quantidade de manguezais em bom estado do Rio - afirmou André Ilha.
O projeto do muro foi aprovado na Câmara de Compensação Ambiental do Rio. Financiada com recursos da iniciativa privada, a obra está sendo licitada sob o monitoramento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FunBio). Além do cercamento, o Inea firmou parceria com o Exército - que tem um centro tecnológico na região - para auxiliar na fiscalização da área delimitada, não só com o objetivo de evitar invasões como também de combater incêndios.
André Ilha explicou que a lei publicada ontem retira da área original da reserva biológica terrenos que já tinham ocupação consolidada: o próprio Centro Tecnológico do Exército; 597 imóveis e a Avenida das Américas, no trecho logo após a Serra da Grota Funda. As casas não mais incluídas na reserva ficam em Barra de Guaratiba, região conhecida principalmente pelos restaurantes de frutos do mar.
- A reserva biológica original foi criada na década de 1980. O conceito dela era completamente restritivo, não poderia haver ninguém morando, e visitas só poderiam ser feitas com fins pedagógicos - disse Ilha.
Com a nova lei, a Reserva Biológica de Guaratiba passa a ter 3.360 hectares, diminuindo 240 em relação à extensão anterior. Apesar da atual diminuição, Ilha afirmou que, em 2002, a unidade de conservação havia ganhado 800 hectares em relação ao projeto original.
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O Globo, 07/12/2010, Rio, p. 22
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