Analistas do Instituto Chico Mendes (ICMBio) começam nesta terça-feira (21) uma série de dez encontros com ribeirinhos que vivem da exploração de castanha na Reserva Extrativista (Resex) Arapixi, no sudoeste do Amazonas, próximo à fronteira com o Acre. O objetivo é apresentar as diretrizes para a elaboração do plano de manejo da reserva. Nas reuniões, a comunidade poderá opinar sobre o zoneamento e os programas socioambientais a serem adotados na unidade.
O chefe da Resex, Felipe Mendonça, está animado em relação à participação dos extrativistas. "Cerca de 150 famílias foram mobilizadas para as oficinas que serão muito importantes para o futuro da unidade de conservação", informa ele. A partir dessas reuniões, serão finalizados os detalhes do manejo. "Vamos pontuar claramente quais tipos de atividades poderão ser desempenhadas na reserva", explica.
Mendonça ressalta que as bases para a sustentabilidade permanente da Resex serão postas neste documento. "Ele irá nos dar um rumo na gestão da unidade, busca trazer para a legalidade as atividades da população e abre diversas possibilidades para as famílias na implementação de suas rendas." A previsão dele é a de que até o final deste ano o plano de manejo esteja pronto.
Ainda nessa fase de preparação, após as dez reuniões com as comunidades ribeirinhas, os técnicos da reserva vão organizar uma reunião geral na Comunidade São José, nos dias 29 e 30 deste mês, para finalizar o processo.
Atualmente os extrativistas da Resex Arapixi desenvolvem suas atividades com base no plano de utilização (PU), que pode legalmente preceder a elaboração do plano de manejo. Essas normas preveem a forma correta de fazer o roçado, a criação de gado, enfim, os caminhos para o uso dos recursos naturais. Quando as regras de manutenção forem finalizadas, conforme detalha Felipe Mendonça, as que estabelecem o PU serão apensadas a elas.
Para que ocorresse o desenvolvimento dessas regras, houve inúmeras análises de campo desenvolvidas conjuntamente pelo pessoal da gestão da Resex e do programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio Ambiente.
Dessa forma, tudo que é estabelecido como norma de sustentabilidade é feito com base em informações muito bem detalhadas da realidade das comunidades e da própria reserva. Alem disso, são acrescentadas as ponderações das famílias que sobrevivem em função dos recursos da região.
UC:Reserva Extrativista
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