Cerrado terá plano para sustentabilidade financeira

FUNBIO - www.funbio.org.br - 18/06/2008
Quanto o Cerrado precisa para sua preservação? Que fontes de recursos já investem no bioma? Quem são as empresas e demais instituições que atuam na região e que poderiam aportar recursos para a conservação? Encontrar as respostas para estas e outras perguntas é o objetivo do Programa de Sustentabilidade Financeira do Cerrado, fruto de uma parceria entre o Funbio e a Ong The Nature Conservancy (TNC). O acordo foi assinado no último dia 5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente, e prevê o aporte de US$ 80 mil pela TNC para o desenvolvimento de estudos e para uma estratégia financeira.

Coordenador da iniciativa no Funbio, Fernando Tatagiba explica que o Estado do Tocantins servirá como piloto da experiência, que tem duração prevista de dois anos. "Até o final deste ano devemos traçar as linhas gerais do programa, identificando os principais financiadores, públicos e privados", diz. O estudo prevê um levantamento de todo o ambiente de financiamento no Estado, amparos legais e análise de possíveis parcerias. "Começamos com o Cerrado Norte, no Tocantins, mas a expectativa é que outros estados queiram aderir à iniciativa".

As necessidades financeiras das unidades de conservação do Cerrado também serão levantadas pelo Funbio. A idéia é buscar possíveis parceiros, com o empresariado e outros segmentos da sociedade, para a conservação de pelo menos 10% do bioma por meio de áreas protegidas.

A parceria com a TNC também prevê a criação de um fundo de longo prazo que deve estar estruturado até junho de 2009. "Este fundo deve atuar como catalisador de outros fundos e financiadores que atuam na região, incluindo fundos estaduais e municipais", explica Tatagiba. Inicialmente o mecanismo irá subsidiar a conservação do Parque Estadual do Jalapão, da Estação Ecológica da Serra Geral e de áreas adjacentes com potenciais para a criação de unidades de conservação. Há uma expectativa de que a própria TNC faça o primeiro aporte ao fundo e, assim, atraia novos financiadores interessados em custear a conservação no Cerrado.

Tatagiba ressalta, ainda, a experiência do Funbio em projetos desta natureza e a importância de conjugar esforços para a proteção do Cerrado. "Estamos realizando uma iniciativa semelhante no Estado do Rio de Janeiro, para a Mata Atlântica e, além disso, o Funbio já apóia projetos de participação comunitária no entrono do Parque Estadual do Cantão (TO), dentro do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)".

O Cerrado abriga a savana mais rica do mundo em biodiversidade, com mais de 10 mil espécies de plantas vasculares, das quais entre 40% e 50% são consideradas endêmicas. A diversidade da fauna é igualmente rica, com cerca de 1.500 espécies, o que o coloca como segundo maior conjunto animal do planeta. Atualmente, apenas 1% de sua área está protegida por parques ou reservas nacionais, ao mesmo tempo em que este bioma está sob crescente ameaça pela atividade humana, que já alterou de alguma forma ao menos 60% da área total.

Participaram da assinatura do acordo Fernando Tatagiba, coordenador do programa no Funbio; Augusto Mota, Superintendente de Planejamento e Gestão; Shirley Noely Hauff, do Programa de Conservação das Savanas Centrais da TNC; Marcelo Falcão, do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e outros representantes de órgãos e instituições ambientais do Estado.
UC:Geral

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