Estação Ecológica Tupinambás promove expedição no Arquipélago de Alcatrazes

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 04/07/2008
Durante o mês de julho equipe da Estação Ecológica Tupinambás, em São Paulo, realiza expedição científica ao Arquipélago dos Alcatrazes - um dos conjuntos de ilhas que integram a unidade de conservação. O objetivo é estudar os costões rochosos existentes na área. O ambiente é formado por rochas, cujas vertentes se encontram mergulhadas no mar e sofrem influência do ecossistema. Os trabalhos começaram na quinta-feira (3) e deverão se estender até o final do mês.

A equipe aproveitará para traçar estudo sobre a ictiofauna, verificando o conjunto de espécies de peixes existentes em determinada região biogeográfica do arquipélago. Paralelamente, sondagens arqueológicas estarão sendo feitas, com investigação por meio de amostragens. Espera-se que as informações possibilitem conhecer mais sobre a ocupação na área. Serão feitas, ainda, fotografias aéreas do arquipélago, com aeromodelo.

A expedição conta com a participação de técnicos da Estação Ecológica, do Insituto de Biociências da USP, do Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMAR) e do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura Municiapal de São Sebastião. A expedição conta com apoio da Marinha do Brasil, da Estação Ecológica Tupiniquins, do Iate Clube da Barra do Uma (ICBU) e da Marina Canoa.

Pesquisas também identificam em seu ecossistema áreas de Mata Atlântica e espécies endêmicas, como por exemplo a jararaca (Bothrops sp), a perereca (Scinax alcatraz) e a rainha-do-abismo (Sinninngia insularis), vegetação típica de rochedo. A Estação Ecológica Tupinambás abriga o maior ninhal de aves marinhas do Sudeste brasileiro, especialmente de tesourões (Fregata magnificens), atobás (Sula leucogaster) e trinta-réis (Sterna sp).

Diversas espécies marinhas se alimentam nas águas da estação, como as espécies das tartarugas cabeçuda (Caretta caretta); verde (Chelonia mydas); de pente (Eretmochelys imbricata); marinha (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coríacea). Uma espécie de peixe só ocorre em Alcatrazes - a enguia-de-jardim (Heteroconger longissimus). Outras 150 espécies recifais, quatro espécies de mamíferos marinhos, como a baleia de bryde (Balaenoptera edeni), e o golfinho pintado do atlântico (Stenella frontalis) são comuns na área.

Histórico - A Esec Tupinambás foi criada em 1987 e compõe-se de um conjunto de ilhas, ilhotas, lajes e parcéis no Oceano Atlântico, mais precisamente no litoral norte do Estado de São Paulo. O primeiro conjunto situa-se no município de São Sebastião, distante cerca de 17 milhas da costa, compreendendo parte do Arquipélago dos Alcatrazes.

Este conjunto divide-se em quatro sub-conjuntos insulares: Ilha do Paredão e seu Ilhote (ou Laje dos Trinta-Réis); Laje do SW, situada a sudoeste da Ilha dos Alcatrazes; quatro Ilhotas: Ilha Abatipossanga, Ilha Guaratingaçu, Ilha Carimancuí e Ilha Cunhanbembe, conhecidas também como Ilhotas Negras (Comissão Geográfica e Geológica) ou Ilha do Oratório (ou do Sul), Ilha Rasa, Ilhota do Caranha e a Laje da Caranha, respectivamente; e Laje do NE, situada a nordeste da Ilha dos Alcatrazes.

O segundo conjunto localiza-se no município de Ubatuba a três milhas da costa, composta pela Ilha das Palmas, Ilhote e Laje do Forno, situados a leste da Ilha Anchieta e Ilhota das Cabras e a nordeste da Ilha Anchieta. As ilhas, ilhotes e lajes litorâneas que compõem a Estação Ecológica Tupinambás têm como parte integrante, para fins previstos no decreto, o entorno marinho de cada uma delas, numa extensão de um quilômetro a partir da rebentação das águas nos rochedos e praias; totalizando uma área de aproximadamente 2.445,20 hectares, incluindo ambiente terrestre e marinho.

A importância da estação é inegável, pois constitui notável laboratório natural para estudos evolutivos. Dentre as estratégias de ação que buscam conciliar conflitos e assegurar a sustentabilidade ecológica, a estação elenca como prioridade a elaboração do Plano de Manejo com a participação da comunidade local, de representantes dos órgãos públicos das diversas esferas, dos centros acadêmicos e de pesquisas, de ONGs e demais representantes de classes.

O processo tem sido dinâmico, interativo e participativo para a definição do que se quer para a unidade de conservação marinha, dentro dos limites e diretrizes legais estabelecendo efetivamente os programas de educação ambiental, de pesquisa e de conservação de ecossistemas insulares; além de divulgá-la e promovê-la dentro do contexto nacional de áreas protegidas.

Entre as pesquisas que estão sendo realizadas no Arquipélago no momento estão: Sistema e zoogeografia de aranhas terafosídeas neotropicais. (aranea mygalamorphae, theraphosidae) e Historia Natural de Bothrops alcatraz, respectivamente dos pesquisadores Rogério Bertani e cardo Jannini Sawaya, ambos do Instituto Butantan; Levantamento preliminar das áreas de ocorrência de reprodução de Sterna spp. no estado de São Paulo e Estudos para a conservação de aves insulares marinhas residentes em São Paulo (Sterna herundinacea, Sterna eurygnatha, Sterna maxima, Larus dominicanas, Fragata magnificens, Sula leucogaster), ambos do pesquisador Fausto Pires de Campos, da Fundação Florestal.

Além dessas, as pesquisas Avistagem de cetáceos no Arquipélago dos Alcatrazes, do pesquisador Shirley Pacheco de Souza, do Instituto Terra e Mar; Distribuição, dieta, reprodução e conservação de Scinax alcatraz em Alcatrazes; e Diversidade e biogeografia de anfíbios em ilhas do Estado de São Paul, ambas da pesquisadora Cinthia Aguirre Brasileiro, do Instituto de Biociências da USP e Projeto de conservação e pesquisa das tartarugas marinhas, coordenada pelo Tamar - centro especializado do ICMBio também estão sendo desenvolvidas na estação ecológica.
UC:Estação Ecológica

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