Estiagem aumenta incêndios

CB - 19/10/2002
Seca prolongada e queimadas de agricultores feitas fora de época provocam estragos ambientais em várias regiões. Só em Minas Gerais, nos primeiros 15 dias de outubro, triplicou o número de focos de calor detectados por satélites comparado a 2001.

Bombeiros e voluntários conseguiram controlar o fogo no Parque Nacional da Serra da Canastra.
O número de focos de queimadas na Amazônia Legal dobrou neste ano, em relação a 2000. Até agora foram registrados 124 mil focos, foram 67 mil há dois anos. No resto do país, o fogo atingiu três unidades de conservação ambiental. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Petrópolis, o Parque Nacional Serra da Bocaina, no Rio, e o Parque Nacional Serra da Canastra em Minas Gerais. A seca prolongada favoreceu os incêndios.

Área de proteção das nascentes do rio São Francisco, o Parque da Serra da Canastra perdeu cerca de 30 mil hectares de vegetação consumidas pelo fogo, segundo estimativas de funcionários do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Foram atingidos 40% do parque, locais de cerrado, campos e matas ciliares. O combate durou seis dias e terminou ontem.

No Rio, ainda há focos de incêndio próximos à área urbana de Nova Friburgo e no entorno da Reserva Biológica de Araras e na Serra da Bocaina. O fogo está sendo combatido com helicópteros da Marinha e Polícia Civil. O trabalho contínuo de voluntários treinados pelo Ibama, bombeiros e agentes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) conseguiu extinguir o fogo dentro da Reserva de Araras, na APA de Petrópolis, no Parque dos Três Picos e em áreas dos municípios de Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Pedra Ermitage e na localidade de Jacarandá, em Petrópolis.

De acordo com o coordenador do Prevfogo, Paulo Cezar Mendes Ramos, funcionário do Ibama responsável pelo combate de incêndios em unidades de conservação, este foi um ano crítico. ''As chuvas não chegaram. As poucas chuvas que caíram são irregulares. Tudo depende da normalização climática.'' Ele afirma que os incêndios estão acontecendo por causa do calor e da seca excessivos. E, como em todos os anos, são provocados pela limpeza de pastos e ampliação de lavouras, sem controle. Mas há casos também de acidentes nas beiras de estradas, com cigarros jogados por motoristas, por exemplo.

As principais áreas dos focos de queimadas na Amazônia foram registradas no chamado Arco do Desflorestamento, que abrange norte do Mato Grosso, sul/sudeste do Pará, norte do Tocantins, oeste do Maranhão e terras às margens da rodovia BR-364 (Cuiabá-Porto Velho). Essa região concentra as maiores derrubadas de florestas para formação de pastagens e lavouras.

O número de incêndios florestais em Minas Gerais também apresentou um crescimento significativo na primeira quinzena de outubro deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Do dia primeiro até o dia 17 foram registrados 2.797 focos de calor no estado. Durante todo o mês de outubro de 2001, foram registrados 528 focos.

Dois municípios mineiros - Uberaba, no Triângulo, e Barbacena, na Zona da Mata - já decretaram estado de emergência por causa da seca que vem comprometendo o abastecimento de água das populações.
(-Correio Braziliense-Brasília-DF-19/10/02)
UC:Geral

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Serra da Bocaina
  • UC Petrópolis
  • UC Serra da Canastra
  • UC Araras (REBIO)
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